Quanto mais dependente economicamente do parceiro ou da parceira um indivíduo é, maior a tendência a ser infiel, diz estudo
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h28 - Atualizado às 23h56
Os dados, publicados no periódico American Sociological Review, fazem parte de uma pesquisa conduzida com mais de 2.750 casais de 18 a 32 anos.
A autora da pesquisa, Christin Munsch, comenta que o mais comum é as pessoas acharem justamente o contrário, ou seja, que os indivíduos que dependem de alguém financeiramente teriam menor tendência a trair porque um eventual rompimento colocaria o sustento deles em risco.
Mas, segundo ela, ninguém gosta de depender do outro, por isso busca, de alguma forma, sentir que está em condições de igualdade com o parceiro.
Segundo a pesquisa, enquanto uma mulher que depende totalmente do marido tem uma chance de 5% de ser infiel, a proporção é de 15% quando o marido é quem depende da mulher. E a tendência a trair é maior quanto maior for a diferença de salário, reitera a pesquisadora.
Munsch acredita que, no caso deles, não ganhar o suficiente é algo que afeta a masculinidade, já que existe uma certa noção cultural de que o marido é quem sustenta a família. Trair, portanto, seria uma forma de se sentir “mais homem”, ou até uma forma inconsciente de punir a parceira. E as mulheres, quando ganham mais, sofrem mais de ansiedade e insônia.
Porém, a pesquisa traz outro dado curioso: quando o homem também ganha muito mais que a mulher – ou mais do que 70% da renda familiar – ele também tende a trair mais.
No final das contas, o segredo para evitar infidelidade seria que ambos os parceiros tivessem uma renda mais ou menos parecida, pelo menos de acordo com o estudo. Mas isso nem sempre é possível.