Pesquisa norte-americana indica que jovens com mais chances de transmitir o vírus tendem a não usar camisinha
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h34 - Atualizado às 23h55
O HIV tem afetado de forma desproporcional os homens que fazem sexo com outros homens e os mais novos são os mais vulneráveis. No Brasil, por exemplo, a taxa de garotos de 15 a 19 anos infectados triplicou nos últimos dez anos. Nos EUA, jovens de 13 a 29 anos representam um quarto dos novos casos de infecção, segundo o artigo no Jama.
Os pesquisadores da Universidade de Columbia analisaram fatores demográficos e psicossociais de 991 jovens soropositivos atendidos em clínicas norte-americanas. Do total, 69% tinham carga viral detectável.
Desse total, 55% admitiram ter feito sexo anal sem preservativo nos três meses anteriores à pesquisa e 35% relataram que, muitas vezes, o parceiro era HIV negativo. Entre os jovens com vírus indetectável, 44% afirmaram ter feito sexo anal sem preservativo e 25%, com parceiros de diferentes estados sorológicos.
Os pesquisadores também concluíram que, nos garotos com carga detectável, aqueles que abusavam de álcool ou drogas foram os mais propensos a não usar camisinha nas relações sexuais.
Pesquisas desse tipo mostram que a estratégia de combate ao HIV não pode ficar restrita ao uso do preservativo, e que é preciso levar em consideração questões como o uso de substâncias e também aspectos psicológicos envolvidos em comportamentos de risco.