Homens estressados têm menos espermatozoides, segundo pesquisa

Estudo mostra que o estresse psicológico é capaz de prejudicar a fertilidade masculina, assim como a falta de trabalho

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h14 - Atualizado às 23h57

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O estresse psicológico é prejudicial aos espermatozoides e à qualidade do sêmen, o que pode se tornar um problema para homens que querem ter filhos. A conclusão é de um estudo publicado na revista Fertility and Sterility.

Os pesquisadores descobriram que homens que se sentem estressados são mais propensos a ter menores concentrações de espermatozoides na ejaculação. Além disso, eles têm risco maior de apresentar células reprodutivas disformes ou com capacidade de se locomover prejudicada.

A equipe, formada por especialistas da escola de saúde pública Mailman, da Universidade de Columbia, e também da Universidade Rutgers, nos EUA, avaliou 193 homens, com idades entre 38 e 49, durante três anos.

Além de ceder amostras de sêmen, eles passaram por testes para avaliar o grau de estresse subjetivo (ou seja, o quanto eles se sentiam estressados) e objetivo (se tinham motivos reais para se sentir assim).

Os resultados mostraram que o estresse é capaz de prejudicar a fertilidade do homem mesmo quando é subjetivo. Vale lembrar que outros fatores, como histórico de problemas de saúde, foram isolados no estudo.

Enfrentar um ambiente de trabalho estressante não foi um fator de risco tão importante, segundo os pesquisadores, embora eles alertem que homens com jornadas extenuantes apresentaram níveis mais baixos de testosterona.

O curioso é que deixar de trabalhar não melhora as coisas em nada. Pelo contrário: o estudo mostrou que desempregados têm menos espermatozoides e de qualidade mais baixa, não importando o grau de estresse apresentado.

Ainda não se sabe muito bem como o estresse afeta os espermatozoides, mas talvez o mecanismo seja a liberação de hormônios esteroides que atuam na testosterona e na produção de esperma. Outra possibilidade é o chamado estresse oxidativo, capaz de afetar a qualidade do sêmen.

Embora vários estudos anteriores tenham examinado a relação entre estresse e fertilidade, esse é o primeiro a avaliar também o estresse subjetivo e associá-lo a concentração, aparência e motilidade dos espermatozoides.

Segundo a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, a infertilidade afeta igualmente homens e mulheres, e a qualidade do sêmen é o indicador mais importante para a fertilidade masculina.

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