Redação Publicado em 09/08/2021, às 14h00
Muitas pessoas podem acreditar que a luta pela igualdade de gênero é algo que deve ser feito exclusivamente por mulheres, mas uma pesquisa recente mostrou que não é bem assim. De acordo com um estudo publicado no Social Psychological and Personality Science, os homens podem ter uma grande influência em como as mulheres se sentem seguras no local de trabalho.
De acordo com os pesquisadores, a presença de uma pessoa que apoie a igualdade de gênero reduz os sentimentos de isolamento, ao mesmo tempo que aumenta os sentimentos de apoio e respeito.
Embora muitos estudos se concentrem em respostas a eventos, como comentários misóginos ou decisões de contratação, esta pesquisa mostra que as pessoas não precisam esperar que algo abertamente sexista aconteça para ser um aliado eficaz.
Simplesmente comunicar que você se preocupa com a igualdade de gênero e pretende agir como um aliado para as mulheres pode fazer a diferença e dar a elas sentimentos de inclusão em espaços dominados pelos homens”, diz a autora principal do estudo, Charlotte Moser.
Os pesquisadores conduziram três estudos nos quais pediram que as mulheres imaginassem que haviam recebido uma oferta de emprego e teriam que ver, de forma aleatória, uma apresentação de slides de seus futuros colegas de trabalho. Em alguns grupos, a apresentação seria predominantemente masculina, enquanto em outros, teria gênero equilibrado. Certas apresentações de slides incluíam um homem expressando apoio à igualdade de gênero, enquanto outras não possuíam nenhum colega de trabalho mencionando a igualdade de gênero. As participantes, então, responderam a um questionário para indicar até que ponto se sentiriam isoladas ou apoiadas por colegas de trabalho da empresa.
“Descobrimos que declarar intenções de ajuda no combate à desigualdade de gênero diminuía significativamente a expectativa das mulheres de assédio e hostilidade no local de trabalho”, diz Moser.
Confira:
O primeiro estudo envolveu 241 mulheres e observou o impacto da ajuda masculina na redução dos efeitos da sub-representação entre as mulheres, como sentimentos de isolamento e percepção de falta de apoio. O segundo estudo incluiu 393 participantes, uma mistura igual de mulheres negras e brancas, e focou em como as raças do participante e aliado afetaram o impacto do aliado.
Em ambos os estudos, a presença de um aliado aumentou os sentimentos de segurança de identidade, como a sensação de pertencer ao grupo e a confiança de que o grupo trataria o participante com justiça. Os pesquisadores não encontraram diferenças na resposta das mulheres negras ou brancas à ajuda de um homem negro ou branco.
Um grupo de 398 mulheres participou do estudo final para abordar o impacto do gênero de um aliado entre as mulheres em campos dominados por homens. Os pesquisadores descobriram que o aliado em um local de trabalho dominado por homens é eficaz para as mulheres, especialmente quando o aliado é homem. Embora a aliada feminina fosse considerada defensora da igualdade de gênero, isso não reduzia as expectativas de hostilidade ou isolamento no local de trabalho.
Moser explica que, embora a ajuda de um homem possa ser interpretada como paternalista, a pesquisa descobriu que as mulheres percebem que um aliado é uma figura fortalecedora.
Dessa forma, esta pesquisa pode servir como um recurso para homens que desejam aprender como ser melhores aliados.
Isso é importante”, diz Moser, “porque significa que os homens podem aproveitar seu status privilegiado para tornar esses contextos mais acolhedores para as mulheres”.
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