Jairo Bouer Publicado em 23/07/2020, às 17h43
Desde que medicamentos para ereção, como Viagra e Cialis, surgiram no mercado, há mais de 20 anos, o comportamento dos homens em relação à saúde sexual mudou bastante. Se antes ninguém gostava de discutir seus problemas na cama com um médico, a existência de tratamentos eficazes modificou o cenário. Mas será que houve outras mudanças depois dessa primeira revolução?
Um estudo italiano sugere que sim. Após acompanharem 3.244 homens de uma clínica de saúde sexual em Milão, na Itália, pesquisadores descobriram que os pacientes têm buscado ajuda mais cedo, e para tentar resolver questões diferentes. Há dez anos, a idade média dos atendidos era 61 anos, e as queixas mais relatadas eram disfunção erétil e ejaculação precoce. De lá para cá, a idade média passou para 53 anos, e dois outros problemas se destacam: baixa libido e alterações na curvatura do pênis (doença de Peyronie).
Para a equipe, coordenada pelo pesquisador e urologista Paolo Capogrosso, os homens estão mais informados e abertos para discutir problemas sexuais com os profissionais de saúde. Com isso, passaram a falar de disfunção erétil também com clínicos gerais ou médicos de família, que também podem prescrever medicamentos. Esperam menos para buscar ajuda e ter uma vida sexual mais plena.
Os resultados, publicados no Journal of Impotence Research, foram apresentados no congresso da Associação Europeia de Urologia. digam respeito a uma população bem específica, por isso não podem ser generalizados. Os autores afirmam que este é o primeiro estudo desse tipo, e esperam que outros centros médicos realizem pesquisas semelhantes.