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Homofobia aumenta níveis de estresse em minorias sexuais, diz estudo

O cortisol aumentou apenas entre os que pensaram estar sendo entrevistados por pessoas homofóbicas - iStock
O cortisol aumentou apenas entre os que pensaram estar sendo entrevistados por pessoas homofóbicas - iStock

Redação Publicado em 21/06/2021, às 17h30

De acordo com uma pesquisa da American Psychological Association (APA), lésbicas, gays e bissexuais experimentam aumento na frequência cardíaca, pressão arterial e hormônios do estresse quando estão diante de atitudes homofóbicas, colocando-os em risco para múltiplos problemas de saúde. 

Para os pesquisadores, os resultados revelam o impacto potencialmente tóxico que condutas discriminatórias podem ter na saúde de pessoas LGBTQIA+, sendo apenas mais um, entre muitos, dos efeitos corrosivos da homofobia. 

As entrevistas 

Publicado na revista Health Psychology, o artigo é baseado na análise de 134 americanos entre lésbicas, gays e bissexuais de 18 a 58 anos. Todos foram recrutados nas redes sociais e em um festival de orgulho LGBTQIA+. 

Para realizar a pesquisa, os participantes foram informados de que seriam entrevistados por alguém que avaliaria sua inteligência, competência e semelhança. Em um grupo, eles foram induzidos a acreditar que esses entrevistadores haviam expressado oposição política aos direitos de lésbicas, gays e bissexuais. 

A outra parte dos participantes foi levada a crer que as pessoas responsáveis pela entrevista haviam feito comentários positivos sobre as minorias sexuais. Embora eles acreditassem que estavam conversando com indivíduos reais, os pesquisadores utilizaram gravações de perguntas que foram projetadas para soar pelo ambiente. 

Ao longo de todo o experimento, a equipe mediu a pressão arterial de todos os participantes, além de colher amostras de saliva para medir o nível do hormônio do estresse: o cortisol. 

Confira:

Maior estresse e pressão arterial

Os achados mostraram que os participantes de ambos os grupos apresentaram aumentos significativos na frequência cardíaca e na pressão arterial – tanto a sistólica (exercida enquanto o coração bate), quanto a diastólica (exercida entre as batidas) – durante as entrevistas.  

Entretanto, os participantes do grupo que acreditava estar falando com entrevistadores homofóbicos experimentaram alterações maiores na frequência cardíaca e na pressão arterial sistólica durante o bate-papo – que também diminuiu menos ao longo do período de recuperação. 

Além disso, o cortisol (hormônio do estresse) aumentou apenas entre os participantes que foram levados a acreditar que estavam sendo entrevistados por pessoas homofóbicas. Segundo os pesquisadores, às vezes, é difícil para um indivíduo relatar exatamente quanta discriminação ele está vivenciando. 

Porém, ao expor essa pessoa ao estresse e, em seguida, observar as mudanças fisiológicas em tempo real, pode ajudar a traçar uma linha direta que ligue a homofobia com o estresse fisiológico entre as minorias sexuais.

Impactos a longo prazo

A pesquisa observa ainda que as elevações na pressão arterial, frequência cardíaca ou no cortisol podem ser respostas adaptativas de curto prazo ao estresse, permitindo que os indivíduos atendam às demandas agudas de situações desafiadoras. 

No entanto, a exposição a longo prazo ao estresse e, consequentemente, a todas as alterações fisiológicas que ele desencadeia, pode levar a um risco aumentado para doenças cardiovasculares, infecciosas ou, até mesmo, a morte. 

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