Níveis mais baixos da substância conhecida como Klotho já foram associados a envelhecimento e perda de função cognitiva
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h28 - Atualizado às 23h56
O trabalho é o primeiro a mostrar as influências psicológicas da substância conhecida como Klotho (o nome foi dado em homenagem a uma personagem da mitologia grega ligada à longevidade). Ela regula uma série de funções no organismo e já foi associada a diversas doenças do envelhecimento.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em São Francisco, avaliaram 90 mães de crianças com transtorno do espectro do autismo, comparadas a 88 mulheres sem sintomas de estresse. Eles descobriram que aquelas que apresentavam sintomas depressivos apresentavam níveis mais baixos de Klotho.
Segundo o principal autor do estudo, o professor de psiquiatria Aric Prather, o hormônio pode ser o elo entre o estresse crônico e doenças que levam à morte prematura.
Em pesquisas com ratos e vermes, os cientistas já descobriram que a falta de Klotho leva a sintomas de envelhecimento, como endurecimento das artérias e perda de músculos e ossos. E quanto o hormônio existe em abundância, os animais vivem mais tempo.
Outro estudo também já mostrou que uma variante genética relativamente comum faz com que algumas pessoas tenham maiores níveis de Klotho na corrente sanguínea e, por isso, tenham um córtex pré-frontal aumentado e melhor função cognitiva. Isso até foi encarado como uma possível promessa contra o alzheimer.
No trabalho atual, os pesquisadores descobriram que a quantidade de Klotho diminuía com a idade, mas apenas nas mães com sintomas de estresse e depressão. Nas outras, o hormônio permanecia estável.
O estudo foi apenas observacional, e os pesquisadores afirmam que é preciso pesquisar melhor a relação entre estresse, longevidade e esse hormônio. Mas eles acreditam que manter a substância em alta pode ser uma forma de, no futuro, adiar certas doenças ligadas ao envelhecimento.