“Hormônio do amor” pode agir de forma diferente em homens e mulheres

Estudo com ratos sugere que a oxitocina pode aumentar a motivação social nos homens com estresse, mas não nas mulheres

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h34 - Atualizado às 23h55

-

Diversos estudos têm destacado o importante papel da oxitocina, o “hormônio do amor”, para a intimidade e as relações sociais, e há indícios de que ela poderia ser útil no tratamento da ansiedade e do estresse pós-traumático. Mas um novo trabalho mostra que a substância pode ter efeitos diferentes no homem e na mulher. Além disso, ela pode deixar as pessoas mais ansiosas em determinadas circunstâncias.

Em uma série de experimentos com ratos, pesquisadores da Universidade da Califórnia administraram o hormônio em sprays nasais para analisar seu efeito nos animais. Como em outros estudos, a oxitocina aumentou a motivação para a interação social em indivíduos que foram submetidos ao estresse.

No entanto, o efeito entre as fêmeas foi diferente: naquelas que estavam estressadas, o hormônio não fez efeito. E nas outras, a motivação social foi reduzida, algo que os pesquisadores entendem como um sintoma de depressão.

A equipe encontrou diferenças importantes na forma como o estresse afetou a produção natural de oxitocina entre os ratos. Aparentemente, a tensão fez os machos produzirem mais esse hormônio, mas não as fêmeas. Além disso, eles perceberam que o hormônio age de forma diferente em ambientes familiares ou desconhecidos.

Os experimentos sugerem que mulheres com depressão ou transtorno pós-traumático têm níveis elevados de oxitocina. Em outras palavras, pode ser que os benefícios do hormônio para sintomas depressivos e ansiosos seja só para os homens. E talvez seja bom entender como a substância funciona em diferentes tipos de ambientes, antes de testá-la como tratamento para transtornos afetivos.

comportamento ansiedade homens mulheres oxitocina início