A kisspeptina, um hormônio importante para a saúde reprodutiva, poderia estimular o amor e o sexo, segundo pesquisadores
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h44 - Atualizado às 23h54
Cientistas descobriram que um hormônio importante para a puberdade e para a saúde reprodutiva pode ajudar no tratamento de transtornos psicossexuais, ou seja, problemas sexuais que têm origem psicológica – algo comum entre casais que lutam para ter filhos.
Um estudo feito no Imperial College de Londres, no Reino Unido, demonstrou o impacto de injeções do hormônio kisspeptina no cérebro de 29 homens heterossexuais saudáveis. Parte deles recebeu placebo. Enquanto eram submetidos a exames de ressonância magnética cerebral, eles foram expostos a diversas imagens – fotos neutras, românticas ou relativas a sexo.
Os voluntários que receberam a kisspeptina apresentaram maior atividade em estruturas do cérebro que costumam ser ativadas em situações de excitação sexual ou romance ao observar as imagens com esse tipo de conteúdo.
A kisspeptina é conhecida por estimular a liberação de outros hormônios ligados à reprodução. Os pesquisadores acreditam que a substância também impulsiona circuitos comportamentais associados a sexo e amor, o que seria útil para casais que enfrentam dificuldades no sexo por causa da infertilidade.
O estudo foi pequeno e os pesquisas com a kisspeptina devem continuar. A equipe também quer investigar a possibilidade de que o hormônio também tenha efeito positivo em pacientes com depressão.
O trabalho foi financiado pelo Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde (NIHR), pelo Wellcome Trust e pelo Conselho de Pesquisa Médica, e foi publicado no periódico Journal of Clinical Investigation.