Hormônios, sexo e treino: equilíbrio é segredo para uma boa libido

A relação entre esses três fatores é direta e simbiótica; veja como seu equilíbrio afeta a libido

Fausto Fagioli Fonseca Publicado em 29/09/2023, às 09h00

Hormônios sexuais são liberados também durante a atividade física - iStock

Hormônios, exercícios físicos e uma boa vida sexual têm relação direta e simbiótica. A prática regular de alguma atividade física melhora a qualidade de vida e a longevidade. Também ajuda a diminuir a obesidade, favorecendo um metabolismo mais rápido. Por fim, diminui a produção de radicais livres, que causam uma espécie de inflamação no corpo.

Além disso, os níveis de testosterona aumentam quando se começa a fazer exercício físico. Então os níveis de colesterol caem, assim como triglicerídeos e glicemia. Isso, aliado ao aumento da testosterona, significa mais saúde, menos doenças crônicas,  menos incidências de câncer e de doenças cardiovasculares", explica Danilo Galante, urologista e sexólogo.

Como consequência desses benefícios, explica ele, a rotina regular de exercício físico vai favorecer a produção de hormônios sexuais, principalmente da testosterona, que é o principal ligado à libido. "A libido de praticamente todos os homens que fazem exercício físico é maior do que entre os que não fazem. Além disso, esses pacientes têm mais fôlego e e conseguem aguentar melhor uma relação sexual", completa.

Mas não é só a testosterona que está envolvida nesse processo simbiótico. Muitos outros são desenvolvidos em um corpo fisicamente ativo e favorecem tanto mulheres quanto homens.

Hormônios e atividades físicas

O corpo é como uma grande orquestra e a prática regular de atividade física ajuda na regularização dos hormônios. "Todos os hormônios funcionam em conjunto. Então, durante a atividade física, a gente pode liberar vários hormônios, como endorfina e serotonina, além de haver um equilíbrio do cortisol (o 'hormônio do estresse')", fala Maria Carolina Dalboni, ginecologista endócrina e obstetra.

Ela cita também, claro, a testosterona, o hormônio mais conhecido pela sua relação com a libido e com uma vida sexual saudável. "O sedentarismo, por sua vez, vai atrapalhar bastante o funcionamento do metabolismo corporal. Uma pessoa sedentária normalmente aumenta muito a resistência à insulina. Ou seja, precisa produzir mais insulina para manter os níveis glicêmicos. Isso desencadeia toda uma cascata errada na produção hormonal, porque, como a gente sempre fala, todos os hormônios andam juntos", completa.

Aumento de peso, diabetes, pressão alta, distúrbios endócrinos e colesterol alto podem afetar a capacidade de manter uma ereção ou diminuir o desejo sexual.

Estas condições também podem levar à baixa energia e à baixa autoimagem, o que pode causar uma perda significativa de libido. Em muitos casos, isso pode ser corrigido através de dieta, exercícios e tratamento médico", aponta um artigo da Mayo Clinic sobre libido.

A seguir, veja a relação direta entre os hormônios envolvidos na libido com a prática regular de exercícios físicos.

Exercícios e libido: como andam juntos?

Os hormônios mais comuns liberados durante a atividade física envolve o hormônio do crescimento (GH), a endorfina, a serotonina, o cortisol e a adrenalina, além da ocitocina, "que vai ajudar muito na relação sexual", destaca Maria Carolina Dalboni.

Ela indica ainda que haverá com a prática regular de exercícios um funcionamento melhor da testosterona e do estrogênio, hormônios extremamente anabólicos e que vão ajudar tanto na manutenção quanto no ganho de massa muscular.

Então, quando a gente mantém um músculo ativo, quando estamos com atividade física em equilíbrio, vamos manter a produção desses hormônios e a ação deles, trazendo bem-estar", fala.

Serotonina e ocitocina, por exemplo, causam sensação de prazer e de melhora na libido, ou seja, têm relação direta com a vontade, efetivamente, de ter uma relação sexual. Mas muita coisa gira, de fato, em torno da endorfina.

"Este é o principal hormônio liberado tanto na relação sexual, no orgasmo, quanto nos exercícios físicos", fala o médico. A endorfina favorece ainda a liberação de outros hormônios, incluindo a ocitocina. Em simbiose, esses hormônios favorecem o aumento natural da libido.

Exercício em excesso pode afetar negativamente a libido

Exercícios físicos regulares de fato favorecem a libido. Porém, como tudo em excesso, podem causar efeito contrário ao desejado. O excesso do treino pode, por exemplo, causar uma produção excessiva de hormônios como cortisol e adrenalina, causando estresse e ansiedade.

"Além disso, (essa prática exagerada) pode alterar o funcionamento do eixo FSH e LH e a produção ovariana de testosterona de estrogênio e de progesterona. Com isso a gente pode ter um bloqueio na produção desses hormônios, causando, assim, uma amenorreia, que é a suspensão dos fluxos menstruais", destaca a médica.

Nesses casos, pode haver queda da testosterona. A médica explica que a musculatura, nesses casos, consome demais a testosterona. "E, juntamente com isso, a gente tem uma produção excessiva de hormônios que vão causar ansiedade e, com isso, o paciente também não vai ter um bom desempenho sexual".

Ou seja, como quando há exercícios além do adequado, em excesso, o corpo diminui a produção dos hormônios sexuais, podendo levar à alteração do metabolismo. Por isso a importância de sempre praticar atividades físicas com orientação e equilíbrio.

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