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HPV: autocoleta vaginal vai facilitar vida de mulheres e homens trans

Nova tecnologia permite que o exame seja colhido em casa e enviado para análise - iStock
Nova tecnologia permite que o exame seja colhido em casa e enviado para análise - iStock

A partir de agora, é possível fazer a coleta para o teste de diagnóstico do HPV (papilomavírus humano) em casa e enviar para análise. O sistema de autocoleta vaginal, lançado pela empresa de tecnologia médica BD, permite que mulheres e homens trans que não se sintam à vontade para colher o exame em clínicas ou laboratórios possam fazê-lo com toda a privacidade.

“A tecnologia foi criada como uma alternativa aos testes clínicos tradicionais e torna o exame preventivo mais acessível, mais conveniente e igualmente seguro ao método realizado em clínicas e laboratórios”, afirma a ginecologista Neila Speck, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Além de favorecer homens transgênero que mantiveram o útero, ela acrescenta que a novidade também pode ser útil para quem vive em áreas remotas ou com acesso limitado ao diagnóstico.

O exame é fundamental para a prevenção do câncer de colo de útero, o terceiro com maior incidência entre as brasileiras, de acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer). A estimativa para 2023 é de mais de 17 mil novos casos.   

Segundo a especialista, muitas mulheres adiam os exames preventivos por não se sentirem totalmente à vontade com a coleta convencional. “O passo a passo da autocoleta é simples e a precisão é altamente comparável ao procedimento realizado no consultório médico”, esclarece a ginecologista.

Como funciona a autocoleta

Após o pedido médico, o kit de autocoleta vaginal é retirado no laboratório credenciado. Há duas opções de coletas que podem ser realizadas em casa. Uma é o Self-FloqSwabs®, que é semelhante a um cotonete alongado e protegido por um tubo para garantia do transporte – assim não fica em contato com o meio externo até ser analisado pelo laboratório. O outro é a Rovers Evalyn®Brush, um dispositivo já conhecido na Europa para esta finalidade, formado por uma haste flexível composta por fibras de nylon que também possibilita a coleta de forma simples e segura.

Para ambos dispositivos, o material deve ser devolvido em até 30 dias para a análise laboratorial. Como ainda se trata de um lançamento, os kits ainda não estão disponíveis na rede pública. 

Um levantamento realizado na Dinamarca demonstrou que as amostras de autocoletas são válidas em 99,69% dos casos, o que reduz as chances de repetição de exame. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Americana de Patologia Cervical (ASCCP) já incluem como uma alternativa para o exame preventivo do câncer do colo do útero.  

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Tatiana Pronin

Tatiana Pronin

Jornalista e editora do site Doutor Jairo, cobre ciência e saúde há mais de 20 anos, com forte interesse em saúde mental e ciências do comportamento. Vive em NY. Twitter: @tatianapronin