Condição atinge ambos os sexos, mas é mais comum entre mulheres com vida sexual ativa
Anderson José Publicado em 02/07/2021, às 09h00
A infecção do trato urinário (ITU) é provocada pela presença de micro-organismo patogênico (que provoca doença) na urina e, consequentemente, nas vias urinárias, incluindo uretra, ureter, bexiga, rins e, em caso de homens, próstata e epidídimo.
A presença de bactéria nas vias anatômicas e uma resposta imune ineficiente provoca a infecção. A depender da região acometida, os sinais e sintomas variam na formulação do diagnóstico e quadro clínico do paciente.
Órgão afetado | Diagnóstico | |
Uretra | Uretrite | |
Ureter | Ureterite | |
Bexiga | Cistite | |
Rins | Pielonefrite | |
Próstata | Prostatite | |
Epidídimo | Epididimite |
A ITU ocorre, mais comumente, em crianças, jovens adultos e mulheres em vida sexual ativa. Estas, por sua vez, são acometidas com maior frequência, dada a anatomia de seu trato geniturinário, uma vez que a uretra é curta e a entrada é próxima ao ânus, o que favorece a entrada de bactérias.
As mulheres apresentam 50% mais chances de terem ITU do que os homens, no entanto, a incidência aumenta em homens acima de 50 anos devido às disfunções prostáticas.
As bactérias podem adentrar as vias urinárias através de duas formas: ascendente e hematogênica.
Após o microrganismo atingir o trato urinário, poderá ocorrer ou não a infecção, dependendo de alguns fatores:
, virulência do patógeno, propriedades antibacterianas da urina, entre outros. Então, uma pessoa com bactéria em alguma região do trato geniturinário não necessariamente desenvolverá o quadro infeccioso, pois há variáveis que favorecem ou não a infecção.
As ITU podem ser classificadas de acordo com a sua localização anatômica de ocorrência:
A ITU pode ter um episódio único, que, ao ser diagnosticada, é tratada e resolvida, ou pode persistir, provocando quadros repetidos e até cronificar. A recidiva ou recaída de ITU consiste em falha no tratamento e é causada pela mesma bactéria.
Já a reinfecção é a ocorrência de um novo episódio, sem relação com o anterior e é causada por um patógeno diferente daquele anterior. A ITU crônica representa a persistência do mesmo microrganismo por meses ou anos, com recidivas após o tratamento.
Há diferenças entre as definições de ITU recorrente em mulheres e homens, dada as características anatômicas do trato geniturinário de ambos. Assim, ITU recorrente leva em consideração o tempo entre um episódio e outro.
Bacteriúria é a eliminação de bactérias na urina. No exame de urina são encontradas bactérias acima de 100.000 por mL de urina.
Pacientes com, pelo menos, 100.000 bactérias por mL de urina e sintomáticos devem ser tratados como portadores de infecção urinária. No entanto, para a maior parte das pessoas com bactéria na urina, mas que não apresentam sintoma algum, não se faz necessário tratamento, pois se revolve espontaneamente. Porém, em pacientes imunossuprimidos, gestantes, idosos, pacientes cateterizados ou que irão realizar algum tipo de intervenção urológica, é necessário realizar o tratamento medicamentoso.
As ITU baixas, como a cistite, por exemplo, apresentam os sinais e sintomas abaixo:
Em relação às ITU altas, como pielonefrite, por exemplo, os sinais e sintomas das ITU baixas se somam aos elencados abaixo:
Uma boa história clínica e um apurado exame físico é capaz de definir o diagnóstico médico. Os exames laboratoriais são complementares e nem sempre são solicitados para o tratamento das infecções de trato urinário, embora sejam capazes de especificar o patógeno causador do quadro infeccioso.
É recomendável solicitar ultrassonografia (USG) ou tomografia computadorizada (TC) apenas em caso de não melhora da febre em até 72 horas.
Com exceção de episódios de ITU baixa não complicada (cistite, por exemplo) em mulheres saudáveis na pré-menopausa, uma cultura de urina é recomendada em todos os outros tipos de ITU antes do tratamento.
Importância da coleta de cultura:
Os medicamentos utilizados agem matando as bactérias causadoras da infecção. Antibióticos orais e intravenosos, a depender do quadro, podem ser prescritos pelo médico. É importante, na ocorrência de algum sintoma, procurar atendimento na rede hospitalar.
Medidas de higiene pessoal promovem uma menor colonização do trato urinário, sobretudo em mulheres, dada suas características anatômicas. Além disso, a ingestão de líquidos com frequência representa importante medida profilática, bem como o aumento do número de micções, evitando segurar a urina por muito tempo. Para mulheres em pré e pós-menopausa deve-se considerar tomar antibiótico após a relação sexual.
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