O trabalho, realizado no Canadá, também confirma que o HPV pode ser transmitido por via oral-oral e oral-genital
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h22 - Atualizado às 23h57
O trabalho, realizado pela Universidade McGill e publicado na revista da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer, ainda descobriu que o HPV oral é mais frequente em homens cujas parceiras têm o vírus na região da boca e garganta ou genital. Isso confirma a tese de que o HPV pode ser transmitido por via oral-genital e também oral-oral.
O HPV é uma das doenças sexualmente transmissíveis mais prevalentes do mundo, e constitui um fator de risco para diversos tipos de câncer, como de colo de útero, anal, vaginal, peniano e orofaríngeo.
Uma equipe liderada pelo professor de epidemiologia Eduardo Franco analisou dados de 222 homens entre 18 e 24 anos e suas parceiras. No total, a prevalência de HPV foi de 7,2%.
Mas os números foram maiores para os homens fumantes (12,2%), os que estavam em relacionamentos não monogâmicos (17,9%) e os que tinham um parceiro com infecção oral por HPV (28,6%) e/ou genital (11,5%).
A prevalência do HPV 16, um dos tipos mais associados ao câncer, foi de 2,3% entre todos os homens que participaram do estudo, e de 6,1% entre os 33 homens que tinham parceiras com uma infecção genital HPV 16.
Para cada aumento de unidade na frequência de sexo oral na parceira (nunca/raramente, às vezes, e maioria das vezes/sempre), a prevalência do tipo de HPV presente nos genitais das parceiras era mais de duas vezes maior.
Nenhuma infecção foi detectada entre os homens que nunca fumaram, estavam em um relacionamento monogâmico e tinham uma parceira sem HPV. A relação com o tabagismo provavelmente tem a ver com o fato de que o cigarro deixa as mucosas mais sensíveis e suscetíveis ao vírus.