Infidelidade financeira é tão séria quanto ter um amante, diz pesquisa

Uma pesquisa feita entre os membros da Ashley Madison – uma plataforma de relacionamento entre pessoas casadas com mais de 65 milhões de usuários em todo o mundo – revelou que mais da metade dos adúlteros (52%) acredita que a infidelidade financeira é tão ruim ou pior do que questões físicas e emocionais. 

De acordo com a equipe envolvida, para a maioria dos membros da rede de relacionamento, o casamento é muito mais uma questão de parceria do que um conto de fadas. Assim, o dinheiro desempenha uma função importante na qualidade de vida do casal e, quando essa confiança é quebrada, pode trazer consequências para toda a família.  

Falta de transparência 

Um relatório recente descobriu que a falta de transparência financeira (esconder ou mentir sobre o dinheiro) está aumentando: 40% das pessoas em relacionamentos sérios admitiram manter dinheiro em segredo de seus parceiros. Nessa situação, estão incluídos casos como ocultar compras, os cartões de crédito, as contas, as dívidas e, até mesmo, o dinheiro físico. 

Vale lembrar que o aumento do desemprego devido à pandemia de Covid-19 aumentou também a pressão sobre a questão financeira na vida dos casais, o que pode fazer com que as pessoas sintam que não podem ser totalmente honestas com seus companheiros.  

Segundo os dados do levantamento, realizado com  2.496 membros da Ashley Madison em março deste ano, 19% dos entrevistados dizem que mentir sobre o dinheiro é um problema matrimonial, apesar de 36% admitirem já terem sido traídos financeiramente. 

Mais grave do que ter um amante?

Quando um casal decide morar junto ou se casar, provavelmente terá uma conversa para fazer um acordo sobre as finanças da casa e da vida que estão construindo juntos. Por exemplo: os boletos que cada um irá pagar, como irão guardar dinheiro para o futuro e quais os investimentos irão fazer. A infidelidade financeira, portanto, acontece quando um ou ambos quebram esse contrato sem o conhecimento ou consentimento do outro.

Nesse cenário, a pesquisa mostrou quais são as consequências que os casais enfrentam caso haja mentira sobre o dinheiro ou sobre tomar decisões financeiras em segredo que não beneficiam a família. 

De acordo com os dados, 31% disseram que a infidelidade financeira atrapalha o futuro da família em maior proporção do que a infidelidade sexual ou emocional em um relacionamento extreconjulgal; 11% disseram que é mais humilhante, 10% acreditam que é mais enganoso e 6% alegam ser mais doloroso. 

Consequências para toda a família

A pesquisa trouxe ainda informações sobre as consequências experimentadas por quem já passou por algum tipo de infidelidade financeira. Os resultados mostram que alguns danos são mais prejudiciais em comparação a outros, mas todos têm efeitos negativos tanto para o casal quanto para os filhos, amigos e familiares: 

• 28% disseram que adquiriram uma dívida séria após a infidelidade financeira;
• 19% falaram que se divorciaram de seus parceiros ou parceiras;
• 15% precisaram pegar dinheiro emprestado de parentes e amigos;
• 15% tiveram que pedir um empréstimo;
• 13% perderam todas as suas economias;
• 13% contaram que a infidelidade financeira impactou na educação dos filhos;
• 7% precisaram fazer uma nova hipoteca da casa;
• 4% tiveram que colocar a casa à venda.

Para os pesquisadores, compartilhar a verdade sobre hábitos de consumo com a parceiria pode ser uma tarefa difícil. Entretanto, os casais que prezam pela honestidade, principalmente em relação a questões financeiras, podem evitar problemas futuros bem maiores.  

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