Redação Publicado em 21/06/2021, às 15h30
A insatisfação com a vida de casado aumenta o risco de morrer por um acidente vascular cerebral (AVC), é o que sugere um novo estudo da Universidade de Tel Aviv (Israel), publicado recentemente no Journal of Clinical Medicine.
O artigo revela que perceber o casamento como malsucedido é um preditor significativo de morte por AVC e morte prematura entre os homens, tendo taxas compatíveis aos fatores de risco já conhecidos, como o tabagismo e o sedentarismo.
Os pesquisadores realizaram análises com base em extensos dados de saúde de mais de 30 anos de pesquisa – informações coletadas na década de 1960 –, que acompanharam o bem-estar e o comportamento de 10.000 homens israelenses.
No início do estudo a maioria dos participantes tinha 40 anos. Desde então, 64% morreram de uma série de doenças. Com um olhar especial para as mortes prematuras e aquelas causadas por AVC, os autores disseram que o objetivo era analisar os dados usando vários parâmetros para identificar fatores de risco comportamentais e psicossociais que poderiam prever essas mortes.
No começo da pesquisa, os participantes foram convidados a classificar o nível de satisfação matrimonial em uma escala de 1 (o casamento é muito bem sucedido) a 4 (o casamento não é bem sucedido).
Para a surpresa dos pesquisadores, o levantamento mostrou que essa escala foi um fator preditivo em relação à expectativa de vida, assemelhando-se ao tabagismo e ao sedentarismo.
Por exemplo: os casos de morte por AVC foram 69% maiores entre aqueles que classificaram sua satisfação matrimonial em 4. De acordo com as descobertas, quando se tratava de mortes por qualquer causa, a diferença era de 19% a favor dos casados felizes. Entre os homens insatisfeitos, houve 295,3 mortes, entre os muito satisfeitos 248,5.
Os pesquisadores realizaram, também, uma análise estatística de todos os fatores de risco conhecidos que contribuíram para a morte por doenças cardiovasculares, como diabetes, hipertensão, índice de massa corporal (IMC) excessivo e status socioeconômico.
O risco relativo de morte por qualquer razão entre os casados insatisfeitos versus os satisfeitos foi 1,21 maior entre aqueles que consideraram seu casamento malsucedido. Essas taxas são semelhantes aos dados da literatura sobre fumantes e aqueles que levam uma vida sedentária.
Confira:
Para os pesquisadores, o estudo enfatiza que a qualidade do casamento e da vida familiar pode ter implicações para a saúde e para a expectativa de vida de uma pessoa. Na pesquisa, homens que relataram perceber seu casamento como um fracasso morreram mais jovens em comparação aos que experimentaram matrimônios bem sucedidos.
Em outras palavras, o nível de satisfação com o casamento emergiu como fator preditivo para a expectativa de vida a uma taxa comparável ao tabagismo (fumantes versus não fumantes) e à atividade física (ativo versus sedentário).
Vale notar também que foi relatado um risco maior entre homens relativamente jovens, com menos de 50 anos. Em uma idade mais avançada, a diferença é menor, talvez devido aos processos de ajuste que os parceiros de vida passam ao longo do tempo.
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