Redação Publicado em 12/05/2021, às 16h00
Uma nova pesquisa, publicada pela Elsevier no American Journal of Preventive Medicine, traz evidências sobre a associação entre isolamento social e a funcionalidade física de pessoas idosas. Alerta, ainda, sobre a importância das estratégias para reduzir esse isolamento.
Segundo os pesquisadores, o isolamento social é predominante entre os idosos. Por isso, é preciso atentar-se a essa relação entre o isolamento e a saúde física, visto que ela desempenha um papel importante no envelhecimento saudável.
À medida que as pessoas envelhecem, a saúde física diminui, o que pode resultar na perda da independência funcional e no início de condições físicas e mentais que limitam os movimentos, sentidos e atividades. O aumento da mortalidade também está incluído nesses riscos, com custos pessoais, comunitários e econômicos significativos.
Os autores explicam ainda que idosos socialmente integrados são mais propensos a praticar atividades físicas, o que gera melhorias em seu funcionamento físico.
O isolamento social não é uma questão exclusiva da pandemia de Covid-19 e muitas pessoas já viviam isoladas antes mesmo do mundo conhecer o novo coronavírus. Pesquisas anteriores mostram que essas pessoas são mais vulneráveis a experimentar problemas de saúde mental, desenvolver demência e ter um risco aumentado de mortalidade prematura.
Por essas e outras razões, o isolamento social é particularmente preocupante entre os idosos. Dados dos Estados Unidos revelam que uma em cada quatro pessoas da terceira idade vive isolada ou severamente isolada e, dadas as tendências mundiais de envelhecimento populacional, isso provavelmente se tornará um problema crescente nos próximos anos.
Para a pesquisa, a equipe examinou nove ondas de dados de 2011 a 2019 do National Health and Aging Trends Study (NHATS), uma grande amostra representativa dos EUA com adultos de 65 anos ou mais.
O estudo analisou observações de 12.427 participantes do NHATS para medir como as mudanças individuais no isolamento social estavam relacionadas às alterações no funcionamento físico. A amostra analítica englobava 54.860 observações, o que significa que os entrevistados foram observados, em média, 4,41 vezes.
Os achados foram somados a uma crescente base de evidências que demonstram as consequências negativas do isolamento social, especificamente em relação à aceleração do declínio do funcionamento físico associado ao envelhecimento. Os resultados, portanto, indicam que quanto mais velhos os indivíduos são, mais extensos serão os impactos do isolamento na saúde.
Para os pesquisadores, as restrições e bloqueios de contato social obrigatórios devido ao combate à Covid-19, juntamente com consequências mais severas do contágio da doença entre pessoas da terceira idade, provavelmente aumentaram ainda mais essa tendência observada no estudo.
As descobertas sugerem ainda que intervenções em saúde pública devem voltar a atenção para ambientes sociais em que os idosos estão incorporados, principalmente aqueles sob o risco de ficarem isolados. Segundo os autores, o isolamento social é um dos maiores desafios que as sociedades enfrentam no século XXI e, se deixado de lado, pode ter consequências mais graves no futuro.
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