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Já com vacina, EUA ainda devem levar 10 meses para zerar contágio

Projeções semelhantes ainda serão feitas para a vacinação no Brasil - iStock
Projeções semelhantes ainda serão feitas para a vacinação no Brasil - iStock

Redação Publicado em 14/01/2021, às 16h22

Mesmo com as duas vacinas com eficácia de 95%, os EUA ainda vão levar cerca de 300 dias para que as taxas de contágio da Covid-19 cheguem perto de zero. É o que conclui um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e de York, no Canadá, que está em processo de revisão por pares.

Esse tipo de projeção, feito com modelagem matemática, mostra que ainda vai demorar um bom tempo para que as pessoas possam relaxar as medidas de proteção, como uso de máscaras e distanciamento social.

100 dias a menos

Os pesquisadores calcularam que, num cenário sem vacinação e apenas com medidas não farmacológicas de proteção, levaria cerca de 400 dias para que a taxa de contágio do vírus Sars-Cov-2 caísse para perto de zero. Nesse espaço de tempo, 952 a cada 10 mil norte-americanos seriam infectados, dos quais 20 teriam de ser hospitalizados e 2,3 morreriam.

Já com a aplicação em larga escala das vacinas, algo que já está acontecendo naquele país, esse prazo seria encurtado em 100 dias, reduzindo em 48% a taxa de ataque do vírus. Isso significa que 418 a cada 10 mil habitantes seriam contaminados, dos quais 7,5 teriam que ser hospitalizados e menos de um morreria.

Para fazer os cálculos, foi considerada a taxa de contágio do novo coronavírus nos EUA em novembro, que era de 1,2, ou seja, cada 100 infectados estavam transmitindo o vírus para outras 120 pessoas. Vale mencionar que essa taxa aumentou nas últimas semanas, o que tem sido atribuído à chegada de uma nova variante.

Os pesquisadores também levaram em conta os dados do Centro de Controle de Doenças (CDC), que previa a possibilidade de vacinar 40% da população norte-americana em 280 dias.

Em reportagem para a Agência Fapesp, o pesquisador Thomas Vilches, do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Unicamp, afirmou que projeções semelhantes estão sendo feitas para o Brasil.

Os autores do estudo acreditam que o nosso país tem vantagens em relação aos EUA por causa de sua experiência prévia com vacinações em massa. Em 2010, o Sistema Único de Saúde (SUS) conseguiu imunizar 80 milhões de pessoas contra a gripe H1N1, em apenas três meses.

Não deixe de se cuidar

Ainda que todo mundo esteja cansado das medidas de proteção, é preciso seguir com todos os cuidados que você já ouviu falar. Não custa lembrar, aqui, quais são eles:

- Use a máscara de proteção ao sair, e também ao receber visita em casa ou sempre que houver algum integrante da família com sintomas suspeitos;

- Mantenha as regras de distanciamento social (pelo menos 2 metros de distância física de outras pessoas);

- Evite lugares públicos lotados, principalmente se forem fechados;

- Higienize as mãos com frequência;

- Evite tocar olhos, nariz e boca, ainda mais se não estiver com as mãos limpas;

- Ao tossir ou espirrar, cubra a boca e o nariz com o antebraço;

- Desinfete com frequência as superfícies e objetos que são tocados sempre, como maçanetas e celulares;

- Não vá ao trabalho, à escola ou a qualquer outro ambiente fechado se estiver com algum sintoma;

- Não compartilhe copos ou talheres;

- Quando tiver a oportunidade de tomar a vacina, não adie!

Lembre-se que todas essas medidas não servem para proteger apenas a sua saúde, mas também a dos outros.