Em experimento, a presença de um integrante um pouco mais velho no grupo fez adolescentes assumirem menos riscos
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h36 - Atualizado às 23h55
Adolescentes são conhecidos por sua tendência a assumir riscos, especialmente quando estão em turma. Um estudo norte-americano confirma essa tese, mas traz uma nova informação: quando há uma pessoa um pouco mais velha no grupo, a tendência dos jovens a adotar comportamentos arriscados diminui.
O trabalho, realizados por pesquisadores da Universidade de Temple, foi publicado no periódico Psychological Science. A pesquisa foi financiada pelo Exército dos Estados Unidos, que tem interesse especial no assunto porque conta com soldados bem jovens.
Garotos de 18 a 20 anos foram aleatoriamente recrutados para completar uma tarefa. Eles foram divididos em grupos, e, em alguns deles, integrante um pouco mais velho era incluído. Todo mundo tinha que se apresentar, então todos sabiam a idade um do outro.
O experimento consistia em dirigir um veículo, num jogo de computador, o mais rápido possível, enquanto os outros observavam. Nos cruzamentos, o semáforo indicava luz amarela – nesse caso, o condutor tinha que decidir se seguia em frente ou não, com o risco de bater em outro carro e perder ainda mais tempo. Os motoristas tinham um incentivo em dinheiro para concluir o trajeto o mais rápido possível, o que também gerava bônus para os outros integrantes.
Segundo os pesquisadores, a presença de um integrante mais velho reduziu o efeito dos pares na tendência a tomar decisões arriscadas. Ou seja: eles atravessavam os sinais amarelos com mais cuidado. E embora o trabalho tenha sido projetado para o Exército, os autores que os resultados podem ser úteis para outras profissões em que se emprega gente mais jovem.