Jovem que usa contraceptivo de longa duração tende a usar menos camisinha

Estudo mostrou que usuárias de métodos de longa duração eram 60% menos propensas a usar camisinha do que as colegas que tomavam pílula

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h37 - Atualizado às 23h55

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Há alguns anos, os chamados contraceptivos de longa duração, como implantes e até o DIU (dispositivo intrauterino), passaram a ser indicados, também, para jovens, no intuito de evitar a gravidez indesejada. Isso porque ficou claro que esse é o público que mais se esquece de tomar os anticoncepcionais todos os dias. Mas alguns especialistas alertam que a medida pode desestimular o uso do preservativo, a única forma de evitar as DSTs (doenças sexualmente transmissíveis).

Um estudo feito com quase 2.300 adolescentes de 16 a 18 anos nos Estados Unidos mostrou que usuárias de métodos de longa duração eram 60% menos propensas a usar camisinha do que as colegas que tomavam pílula. Elas também apresentaram uma tendência maior a ter mais parceiros sexuais. Os dados foram publicados no periódico Jama Pediatrics.

Entre as estudantes avaliadas, 1,8% usava implante ou DIU; 5,7% usava contraceptivo injetável trimestral, adesivo ou anel; 22,4% tomavam anticoncepcionais orais; 40,8% usavam preservativos; 11,8% praticava o coito interrompido; 15,7% não usava contracepção; e 1,9% não tinha certeza se usava ou não. Jovens negras (21,2%) e hispânicas (23,7%) foram as mais propensas a não utilizar nenhum método contraceptivo.

O trabalho, conduzido por pesquisadores do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), indica a necessidade de um esforço concentrado para conscientizar as garotas sobre a importância da camisinha, especialmente aquelas que usam contraceptivos de longa duração. Quase metade dos novos casos de DST e Aids ocorre em adolescentes e jovens adultos.

 

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