Pesquisa mostra ainda que eles se sentem subestimados quanto à vivência do racismo
Redação Publicado em 16/06/2021, às 09h41
2020 foi um ano pesado por diversos motivos. Além da pandemia, também aconteceram alguns fatos ligados ao racismo que chamaram a atenção do mundo todo. A morte de George Floyd, por exemplo, decorrente de violência policial, gerou protestos em vários países e incentivou ainda mais as discussões raciais.
Por isso, é interessante observar um estudo qualitativo publicado na JAMA Network Open, que mostra como os adolescentes se sentem quando falam sobre o tema. Segundo a pesquisa, os jovens expressaram sentimentos de desamparo quando expostos ao racismo proveniente da internet. Isso foi ilustrado por citações, como
"[eventos racistas são] apenas mais um dia na vida", referindo-se ao racismo como algo rotineiro e imutável, dizendo: "não há nada que eu possa fazer." No entanto, muitos adolescentes também enfatizaram o ativismo como uma forma de lidar com essa situação, além de ajudar a diminuir sentimentos negativos.
A equipe de estudo conduziu 4 grupos focais de 18 adolescentes em toda a área de Chicagoland entre novembro de 2018 e abril de 2019. O resultado mostrou que os adolescentes achavam que os adultos subestimavam o quanto vivenciavam a discriminação ao seu redor. Um adolescente disse: "É engraçado porque muitas pessoas pensam que os adolescentes não têm consciência social, mas quando me junto com meus amigos para falar sobre isso, não paramos mais".
Confira:
É importante destacar que esse estudo, que ocorreu antes da onda de violência racializada de negros americanos divulgada no verão de 2020, no entanto, enfatiza a necessidade de estudar como os adolescentes respondem ao presenciar esses eventos. A Dra. Nia Heard-Garris declara: "Investigar a exposição e a resposta de adolescentes ao racismo on-line se mostra crítico devido às mudanças negativas no estado emocional e à saúde física e mental potencialmente adversa ao longo da vida". Os pesquisadores também destacam que "este estudo está alinhado com estudos anteriores que demonstram que a coesão social ou conectividade pode amortecer a influência negativa que o racismo tem sobre a saúde em geral, e os benefícios do ativismo podem ser porque os adolescentes podem se conectar a uma rede social maior para ter suporte, apoiar e participar da ação coletiva".
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