Redação Publicado em 26/01/2022, às 17h00
Todos os dias nos deparamos com imagens em paredes, internet, livros e dispositivos eletrônicos.Algumas ficam gravadas em nossa memória, outras não.
Os fatores que influenciam se nos lembramos ou não de uma imagem ainda não são conhecidos, mas pesquisadores acreditavam que o tamanho da imagem e a memória visual não estavam conectados, já que, geralmente, entendemos o que aparece em uma imagem, seja ela grande ou pequena.
Para analisar melhor esse fenômeno, um grupo de pesquisadores da Universidade Bar-Ilan (Israel) procurou determinar se grandes imagens são mais lembradas do que as pequenas durante o comportamento diário.
Os resultados, publicados recentemente na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, mostraram que, na visão natural, a memória visual é sim afetada pelo tamanho das imagens na retina.
A equipe examinou o que aconteceu com a memória visual quando os participantes olharam para fotos diferentes e em tamanhos distintos, cada uma apresentada apenas uma vez. Ao todo, foram 182 pessoas que realizaram sete experimentos diferentes.
Os pesquisadores descobriram que as grandes imagens eram mais lembradas (1,5 vezes mais) em comparação às pequenas. Além disso, esse fenômeno não pareceu depender de estímulos específicos, da ordem de apresentação, da resolução ou da quantidade de informação contida.
Confira:
Para entender se esse resultado foi realmente determinado pelo tamanho e não pela quantidade de detalhes, os cientistas também analisaram se as fotos grandes e borradas eram melhor gravadas na memória do que as pequenas e claras. Para a surpresa da equipe, mesmo neste caso, os participantes se lembraram mais das imagens grandes e embaçadas do que das pequenas e claras.
Para os pesquisadores, tudo isso acontece porque, nas áreas do cérebro que representam a imagem na retina,mais recursos são direcionados para o processamento das fotos grandes quando comparados às pequenas. Sem contar outros fatores que também podem contribuir para a memória das imagens maiores, como diferentes movimentos oculares e mais atenção e interesse que essas fotos provocam.
É importante ressaltar ainda que a pesquisa foi realizada em adultos jovens de 18 a 40 anos, ou seja, idades em que a visão é completamente desenvolvida, mas ainda não começou a envelhecer. Assim, faixa etárias distintas podem ser afetadas pelo tamanho dos estímulos de forma diferente, uma vez que tanto a idade quanto a experiência com as telas são bem distintas entre jovens e idosos.
Embora o estudo tenha analisado apenas imagens estáticas, os pesquisadores acreditam que os achados possam ter implicações importantes na “geração de tela”, que consome grande parte de suas informações através de pequenos dispositivos eletrônicos.
Segundo eles, é possível que, mesmo em imagens dinâmicas, como vídeos, maiores recursos de visão sejam direcionados para o processamento desse tipo de produto em telas grandes versus pequenas e, portanto, vídeos em telas maiores provavelmente serão mais lembrados.
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