Estudo diz que ficar menos de uma hora na telona é o ideal para proteger as artérias
Redação Publicado em 27/05/2022, às 10h00
Passar a assistir à TV por menos de uma hora ao dia poderia evitar mais de um em cada dez casos de doença arterial coronariana (DAC). Para quem não sabe, a DAC é uma condição progressiva comum, caracterizada por obstruções nas artérias que podem resultar em angina (dor no peito) e infarto.
Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e da Universidade de Hong Kong explicam que ficar muito tempo em frente à TV aumenta o risco dessa doença mesmo em quem não possui propensão genética a doença arterial coronariana.
Em um estudo publicado esta semana no BMC Medicine, eles afirmam que limitar esse tempo para menos de uma hora por dia poderia evitar até 11% dos casos de doença arterial coronariana.
Vale lembrar que mais de 380 mil brasileiros morrem por doenças cardiovasculares a cada ano, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, e a DAC é uma causa importante.
Um dos principais fatores de risco para doença coronariana é o comportamento sedentário – em outras palavras, ficar sentado por longos períodos de tempo, em vez de ser fisicamente ativo.
Para avaliar a ligação entre o tempo gasto parado em frente a uma tela, como ver TV e usar o computador como forma de lazer, os pesquisadores utilizaram um banco de dados sobre genética, estilo de vida e saúde de meio milhão de pessoas no Reino Unido. Foram levadas em conta 300 variantes genéticas conhecidas por aumentar a propensão a doença arterial coronariana.
Pessoas que passavam mais de quatro horas por dia na TV apresentaram maior risco, independente da pontuação associada aos genes e a outros fatores. Em comparação a esses indivíduos, quem passava de duas a três horas teve uma taxa 6% menor de desenvolver a doença. Já para quem assistia a TV por menos de uma hora a taxa foi 16% menor.
Limitar a quantidade de tempo que se passa sentado em frente à telona pode ser algo relativamente fácil de fazer, e que pode ajudar muita gente a cuidar melhor do seu coração.
Os pesquisadores admitem que é difícil medir com exatidão como a TV eleva o risco de doença coronariana, porque existem muitos fatores que interferem nos resultados. Mas eles acreditam que substituir o tempo parado por qualquer tipo de atividade pode fazer uma grande diferença. Essa, por sinal, é a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Mas e quanto ao computador? A equipe não encontrou a mesma relação entre risco de DAC e esse aparelho em específico. Eles têm algumas hipóteses para explicar essa diferença:
As possíveis explicações podem servir de inspiração para as pessoas tentarem algumas modificações no estilo de vida, como, por exemplo, dar uma volta ou arrumar alguma coisa após o jantar, antes de sentar em frente à TV. Ou fazer mais pausas para se movimentar no meio de filmes e seriados.
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