Cantora relatou que no começo de sua carreira passou por cirurgias plásticas para se sentir aceita
Redação Publicado em 19/04/2021, às 17h18
Em uma entrevista recente à Folha de São Paulo, Ludmilla abriu o jogo sobre o racismo que sofreu em toda a sua vida e carreira. A cantora, que há pouco tempo perdeu um processo contra Val Marchiori após a socialite falar que seu cabelo era parecido com palha de aço, contou como se sentiu com a situação.
"Foi muito triste, ainda mais vindo de uma pessoa que deveria estar ali protegendo os brasileiros, preservando e conservando uma luta que vem de anos. E, talvez, fazendo uma reparação que é histórica, porque o racismo estrutural é histórico. Senti que a gente andou uns anos para trás, porque olha quantas pessoas se sentiram fortes depois da decisão de falar que aquilo é liberdade de expressão. Ela [Val Marchiori] comemorou em vídeos nos stories, tomou champanhe. Outras pessoas se sentem fortes para comparar nossos cabelos com Bombril".
Lud ainda lembrou o início de sua carreira e revelou que teve que fazer mudanças estéticas para se sentir aceita.
"Eu era a MC Beyoncé lá atrás. Tem alguma propaganda com a MC Beyoncé? Não tem! Porque eu não era padrão. Não era aceita. Nenhuma marca queria ser representada pela MC Beyoncé. Por isso, tive que me mutilar, afinar meu nariz, porque queria ser aceita".
Apesar de ser extremamente discutido, o racismo ainda está presente no dia a dia de muitas pessoas, seja por atitudes explícitas, seja por comentários feitos sem intenção. E isso pode ter um enorme impacto na autoestima, na autoconfiança e até na saúde mental.
No BBB21, por exemplo, o tema foi bastante comentado após o participante Rodolffo falar sobre o cabelo de João Luíz. O brother chegou a chorar no programa ao vivo e disse que não gostou quando seu cabelo foi comparado à peruca de uma fantasia.
Apesar de Rodolffo ter dito que seu comentário não foi pensado para ter cunho racista, muitas vezes as pessoas acabam tendo falas e comportamentos que constrangem os outros, ainda mais quando não têm instruções sobre o assunto.
O abalo causado pelo preconceito na saúde mental pode aumentar a tendência à autoagressão e ao suicídio, especialmente para os garotos e até entre as crianças, algo que algumas pesquisas norte-americanas vêm apontando. Segundo dados publicados no periódico Pediatrics, as taxas de suicídio vem aumentando entre meninos negros de 5 a 12 anos naquele país – o risco, nessa faixa etária, é o dobro daquele observado em brancos. Como conclui outra pesquisa, da Universidade de Houston, a dor provocada pela discriminação é tão forte que supera o desejo de viver.
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