Estudos feitos na Alemanha e na Espanha indicam que apenas 1% da população gostaria de saber tudo o que vai acontecer
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h45 - Atualizado às 23h54
Se houvesse um jeito de prever o futuro com 100% de certeza, você gostaria de saber sobre o seu? Um trabalho publicado pela Associação Americana de Psicologia diz que a maioria das pessoas diria “não”, e uma parte considerável resistiria ao “spoiler” mesmo se pudesse ter acesso apenas à parte boa.
Dois estudos nacionalmente representativos, envolvendo mais de 2.000 adultos, na Alemanha e na Espanha, mostraram que 85 a 90% da população escolheria não ter acesso ao futuro. Uma proporção menor, de 40 a 70%, acharia melhor não saber nem os eventos positivos. Apenas 1% afirmou de forma consistente que gostaria de conhecer seu próprio destino.
Nas pesquisas, os participantes tinham que responder a uma série de questões, envolvendo aspectos específicos sobre o futuro. Os principais motivos apontados por quem preferia a ignorância foram o medo de sofrer por antecipação ou de perder o prazer da surpresa, no caso dos eventos positivos. A única exceção foi para saber se teriam um filho do sexo feminino ou masculino: apenas 37% não gostariam de ter a informação antecipada.
O medo de descobrir o que vai acontecer também dependeu da distância de tempo do evento imaginado. Por exemplo: pessoas mais velhas foram menos propensas que as mais jovens a querer saber quando o parceiro iria morrer e por qual motivo.
Os pesquisadores, do Instituto Max Planck, também descobriram que quem prefere a ignorância é mais avesso a riscos e mais propenso a comprar apólices de seguro. Os resultados, publicados na revista Psychological Review, sugerem que tarólogos e videntes seriam menos procurados se fossem 100% confiáveis.