Redação Publicado em 19/07/2022, às 14h30
A camisinha é um dos métodos contraceptivos mais eficazes e o único que, além de prevenir a gravidez indesejada, evita as infecções sexualmente transmissíveis (IST's). Porém, de acordo com novos dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o uso do preservativo diminuiu significativamente em uma década.
Com informações de uma série histórica da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), o levantamento avaliou o comportamento de jovens do 9º ano do ensino fundamental no período de 2009 a 2019, em escolas públicas e privadas das capitais brasileiras.
Segundo os resultados, em dez anos, a utilização da camisinha na última relação sexual caiu de 72,5% para 59%. Entre as meninas, a redução foi de 69,1% para 53,5% e, no caso dos meninos, de 74,1% para 62,8%.
Além disso, o uso de métodos de prevenção de gravidez em geral, que incluem a camisinha e a pílula, por exemplo, também caiu no mesmo período, indo de 79,6% para 69,6%. Essa queda foi mais acentuada entre os alunos de instituições públicas.
90% dos estudantes que formam uma classe de 9º ano têm de 13 a 15 anos, faixa etária cada vez mais marcada pelo início da vida sexual da maioria dos adolescentes brasileiros. O levantamento também mostrou um crescimento do número de alunos desse ano que já tinham feito sexo: de 27,9% (2009) para 28,5% (2019).
Ao observar separadamente, entre garotas o número subiu de 16,9% para 22,6%; entre os garotos, caiu de 40,2% para 34,6%. Quase um quarto das meninas e um terço dos meninos de 13 a 15 anos já iniciaram a sua vida sexual no Brasil.
De acordo com os pesquisadores, algumas questões podem ajudar a explicar essa redução no uso de preservativos entre os jovens:
Confira:
No início da vida sexual, jovens podem enfrentar descobertas e inseguranças, o que pode fazer com que vejam a camisinha como mais um obstáculo. Porém, o preservativo deve ser visto como um cuidado a mais com a saúde e com a prevenção de uma gravidez indesejada.
Além do uso da camisinha, existem outras possibilidades de prevenção, como: maior proximidade com os serviços de saúde, uso regular da pílula anticoncepcional e de outros métodos contraceptivos e acesso facilitado à contracepção de emergência.
No caso das IST's, estratégias de prevenção combinadas como testagens periódicas, PREP, PEP, vacinas e tratamento das infecções podem ampliar essa proteção.
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