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Mais de 43% das pessoas com HIV enfrenta discriminação dentro da própria família

Imagem Mais de 43% das pessoas com HIV enfrenta discriminação dentro da própria família

Da Redação Publicado em 10/11/2020, às 19h23 - Atualizado em 15/11/2020, às 18h15

Uma pesquisa feita na cidade de São Paulo mostra que 43,2% das pessoas com HIV já ouviram comentários discriminatórios ou fofocas sobre sua condição dentro da própria família. E 21,6% já foram excluídos de alguma atividade familiar por causa da condição.

O Índice de Estigma em Relação às Pessoas Vivendo com HIV e Aids de São Paulo/SP ainda traz outros resultados preocupantes: 80,7% dos entrevistados têm dificuldade em contar aos outros sobre seu diagnóstico, e 58,4% relatam problemas de saúde mental, o que também tem relação direta com o medo e o preconceito.

Crédito: Pixabay

Agressões e perda de emprego

A pesquisa foi promovida pelo Programa das Nações Unidas para o HIV e a Aids (Unaids), pela Gestos -Soropositividade, Comunicação e Gênero, e pela PUC do Rio Grande do Sul (PUC-RS), com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Outros dados alarmantes revelados pelos entrevistados: 27,4% já enfrentaram assédio verbal por ter o vírus; 16,6% já perderam fonte de renda ou emprego por isso; 9,2% foram excluídos de atividades religiosas ou cultos; e 7,7% chegaram a sofrer agressões físicas por causa do HIV.

Medo de buscar atendimento

O medo de sofrer discriminação afeta não apenas a convivência com as pessoas, como o próprio autocuidado: 31,7% dos entrevistados disseram ter se isolado da família ou dos amigos, 25,5% afirmaram ter desistido de participar de algum evento social nos 12 meses anteriores à abordagem, e 12,2% decidiram não procurar atendimento de saúde nesse período.

Além de diagnósticos de saúde mental, 21,6% dos entrevistados tinham alguma infecção sexualmente transmissível (IST), 6,2% tinham hepatite e 5,9%, tuberculose.

O levantamento, feito pela primeira vez no Brasil, é um espelho do que acontece na vida das pessoas vivendo com HIV e Aids, mesmo depois de 40 anos do início da epidemia. E mostra como essa população ainda sofre com o preconceito e a desinformação.

A pesquisa completa você pode conferir aqui.

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