Até que ponto fingir que você está bem quando, na verdade, você está péssimo pode ser boa ideia? É provável que sua resposta tenha sido “depende”. Se a
Jairo Bouer Publicado em 27/01/2020, às 15h44
Até que ponto fingir que você está bem quando, na verdade, você está péssimo pode ser boa ideia? É provável que sua resposta tenha sido “depende”. Se a questão tem a ver com o seu parceiro romântico, colocar a poeira para baixo do tapete só vai adiar a resolução de uma crise. Mas imagine se num ambiente de trabalho todo mundo decidir colocar a raiva ou a tristeza para fora porque está com problemas pessoais. A resposta pode ser um pouco diferente, certo?
Pesquisadores da Universidade do Arizona, nos EUA, decidiram analisar o que acontece quando as pessoas mascaram suas emoções no trabalho – será que isso é bom? Os resultados mostram que a estratégia pode ser útil, sim. Mas, a depender da sua motivação, é preciso tomar um certo cuidado com a saúde.
A equipe da faculdade de administração avaliou três diferentes estudos que contaram, ao todo, com 2.500 funcionários de diferentes setores, como educação, produção, engenharia e serviços financeiros.
Quando se trata de regular as próprias emoções ao lidar com os colegas de trabalho, as pessoas tendem a exibir diferentes perfis, segundo o estudo: alguns sabem disfarçar muito bem suas mazelas; outros, só superficialmente. Mas também há quem disfarce muito mal, ou não tenha capacidade alguma de fingir está bem (este último grupo foi o que continha menos gente na pesquisa).
Os pesquisadores descobriram que, de modo geral, quem faz um esforço pessoal para ser positivo com os colegas acaba colhendo benefícios. Mas existe uma diferença de motivação entre os funcionários que usam a estratégia: uns têm uma razão “pró-social”, ou seja, eles acham que isso faz bem para as pessoas, e não só para a própria imagem. Outros estão mais preocupados em não decepcionar os amigos ou o chefe.
Claro que o grupo “pró-social” foi o que colheu mais benefícios, segundo a análise Eles receberam mais apoio dos colegas, como ajuda nas cargas de trabalho e aconselhamento. Também foram mais capazes de cumprir seus objetivos de trabalho e conquistar a confiança dos colegas que os outros grupos.
Aqueles que fingem estar bem só por obrigação, para não ter sua imagem afetada, também foram beneficiados. Mas esse grupo foi o que teve piores resultados em termos de bem-estar, com altos níveis de exaustão emocional. Por isso é bom ficar atento para o excesso de sorrisos falsos, e lembrar que todo mundo tem problemas.