Tatiana Pronin Publicado em 20/01/2021, às 03h04
O democrata Joe Biden, que assume a presidência dos EUA nesta quarta-feira (20), escolheu uma mulher trans como secretária adjunta de saúde. Rachel Levine será a primeira autoridade federal abertamente transgênero a ser confirmada pelo Senado naquele país, informação que foi divulgada por toda a imprensa norte-americana às vésperas da cerimônia de posse.
Levine é pediatra e foi eleita secretária de saúde da Pensilvânia em 2017, onde foi uma das caras da luta contra a Covid-19. Formada em Harvard e pela Faculdade de Medicina Tulane, ela já trabalhou como coordenadora de uma clínica para adolescentes na Universidade Penn State. Já escreveu sobre temas como saúde LGBTQIA+, transtornos alimentares, maconha medicinal e uso de opiáceos. Ainda ajudou a formular políticas públicas relativas a imunizações, testes para detectar chumbo em crianças e combate ao HIV/Aids.
No comunicado, Biden afirmou que a médica tem a liderança estável e a experiência essencial de que o país precisa para ajudar as pessoas a superar esta pandemia – “não importando seu CEP, raça, religião, orientação sexual, identidade de gênero ou deficiência”. “Ela é uma escolha histórica e profundamente qualificada para ajudar a liderar os esforços pela saúde de nossa administração”, acrescentou.
Levine já enfrentou situações de discriminação ao longo de sua carreira. Em 2016, durante discussões sobre o projeto de lei para implementar banheiros para a população trans na Carolina do Norte, o Partido Republicano do Texas chegou a twittar o seguinte comentário: “Você está em um banheiro público e esta pessoa entra. O que você faz?”, com uma foto da médica anexada. Apesar do episódio, ela disse, em reportagem ao Washington Post, que, com poucas exceções, ser trans nunca foi um problema.
Também participará da equipe, ao lado da médica, o secretário Xavier Becerra, político latino da Califórnia. A coordenação da resposta ao novo coronavírus fica a cargo de Jeff Zients, um homem de negócios que também atuou como conselheiro para assuntos econômicos do governo de Barack Obama. Zients prometeu criar um programa nacional de testagem e corrigir falhas no fornecimento da vacina contra a Covid-19.
Mais de 400 mil norte-americanos morreram por causa do novo coronavírus nos EUA. Uma homenagem para as vítimas foi liderada por Biden e sua vice, Kamala Harris, numa cerimônia realizada nesta terça-feira (19), em Washington.