Redação Publicado em 04/05/2025, às 10h00
Os aplicativos de namoro como Tinder, Bumble e outros fazem parte da rotina de milhões de pessoas ao redor do mundo. Mas você já parou para pensar no que leva algumas pessoas a se sentirem tão atraídas por essas plataformas — a ponto de dependerem delas emocionalmente?
Um estudo recente publicado na revista científica Computers in Human Behavior traz respostas importantes. A pesquisa foi realizada em Taiwan com mais de 5 mil jovens adultos e revelou como certas vulnerabilidades psicológicas influenciam o uso — e o possível abuso — dos apps de relacionamento.
Total de participantes: 5.427 jovens adultos em Taiwan
Faixa etária: 18 a 35 anos
Gênero: predominantemente masculino (cerca de 87%)
Uso frequente: mais da metade usava apps de namoro diariamente
O estudo focou em três traços psicológicos bastante comuns:
Esses fatores estão interligados e afetam diretamente como as pessoas se envolvem com aplicativos de namoro.
Segundo os pesquisadores, pessoas com ansiedade social ou sensibilidade à rejeição tendem a ver os apps como uma “zona segura”. Elas acreditam que essas ferramentas:
Em outras palavras, os apps de namoro oferecem um ambiente onde é mais fácil parecer confiante — mesmo quando se está lutando com inseguranças internas.
A parte preocupante do estudo foi a ligação entre essas vulnerabilidades emocionais e o uso problemático dos aplicativos. A sensibilidade à rejeição, em especial, aparece como um gatilho importante para o uso compulsivo.
Ou seja: quanto mais sensível à rejeição a pessoa é, maior o risco de ela usar o app de forma descontrolada, buscando validação constante ou evitando interações presenciais reais.
Essa dependência pode atrapalhar o desenvolvimento de habilidades sociais, além de impactar negativamente a saúde mental no longo prazo.
O estudo também traz uma reflexão interessante: os apps de namoro funcionam como uma faca de dois gumes, especialmente para os jovens, que estão numa fase de formação de relacionamentos e de construção da autoimagem.
Ponto positivo: para muitos jovens com ansiedade, essas plataformas representam uma forma válida de se conectar e ganhar confiança.
Ponto negativo: ao evitar o contato real, a pessoa pode reforçar ainda mais seus medos e se isolar emocionalmente.
Como toda boa pesquisa, os autores também reconhecem alguns limites:
Além de reforçar a importância de mais estudos nessa área, os autores sugerem ações práticas:
Os aplicativos de namoro não são vilões nem salvadores — tudo depende de como (e por que) você os usa. Se você sente que está se apoiando demais nessas ferramentas ou fugindo de contatos reais, pode ser um sinal de que algo mais profundo merece atenção.
A boa notícia é que há caminhos possíveis: com autoconhecimento, apoio psicológico e equilíbrio no uso da tecnologia, é totalmente viável encontrar conexões verdadeiras — dentro ou fora da tela.