Meghan Markle revela já ter pensado em suicídio; como prevenir isso?

Em entrevista à Oprah, a atriz contou seus momentos complicados dentro da família real

Redação Publicado em 08/03/2021, às 10h36

A atriz teve que abandonar sua carreira para entrar na família real - Reprodução / Youtube

Ainda hoje, tudo o que envolve a família real britânica chama muita atenção. Quando Harry e Meghan Markle se casaram, por exemplo, o mundo parou para assistir à celebração e observar o que poderia ser mais um conto de fadas se tornando realidade. 

Meghan não vinha da realeza e quebrava todo o padrão, até então imposto. De ascendência negra, separada e com uma carreira sólida, a atriz teve que abrir mão de muita coisa para que o casamento acontecesse. Tanto que, um tempo depois, foi anunciado que ela e seu agora marido estariam deixando a família real e iriam se mudar para o Canadá com o filho. No final das contas, parece que o conto de fadas nunca existiu.

E, no último fim de semana, o casal se encontrou com a apresentadora Oprah Winfrey para detalhar como era a vida por trás dos portões reais. Durante a entrevista, Meghan revelou que se sentia tão mal com a situação que pensou até em suicídio.

“Eu estava com vergonha de admitir isso para Harry. Eu sabia que se não dissesse, tiraria minha vida. Eu só não queria mais estar viva”, contou ela.

A atriz relembrou que, enquanto seu marido estava profundamente preocupado com a fragilidade emocional dela - segurando sua mão com força em eventos públicos - seus esforços para buscar ajuda médica foram rejeitados pelos funcionários do palácio, que se preocupavam com o impacto sobre a monarquia. Ela se descreveu como uma espécie de prisioneira no Palácio de Kensington. “Eu não poderia simplesmente chamar um Uber ao palácio”, disse ela.

Meghan ainda era aconselhada a não almoçar com amigos porque estava “superexposta”, embora, na época, tivesse saído de sua residência apenas duas vezes em quatro meses.

Como identificar o risco de suicídio em alguém?

Não existe uma receita para identificar se uma pessoa próxima da gente está pensando em tirar a própria vida. Algumas pessoas podem dar algumas pistas de que estão sofrendo, ou que têm pensado na morte, enquanto outras, não. Mas algumas atitudes merecem atenção:

Mudanças repentinas de comportamento ou personalidade (a pessoa de repente fica mais calada, passa a se isolar, ou parece mais agitada do que de costume, etc.);

Mudanças no desempenho (o jovem começa a ir mal na escola, o adulto começa a faltar ou tem queda de produtividade no trabalho, etc.);

Palavras, desenhos ou expressões que demonstram falta de esperança, pessimismo, sensações de vazio ou de culpa (isso pode se manifestar até nas redes sociais que a pessoa utiliza, com postagens de textos, imagens ou vídeos mais sombrios);

Perda de interesse em atividades que antes eram rotina (a pessoa deixa de ir à igreja, abandona a atividade física ou o hobby, etc.);

Falta de autocuidado ou mudanças na aparência (a pessoa deixa de fazer a barba ou cortar o cabelo, não toma mais banho todo dia, engorda ou emagrece, etc.);

Uso mais intenso de álcool, cigarro ou drogas;

Sinais de automutilação, como marcas de cortes ou queimaduras no corpo;

Alguns indivíduos passam a falar com mais frequência sobre temas relacionados à morte, fazem testamento ou seguro de vida, começam a doar pertences;

Prevenção do suicídio

No Brasil, ocorrem cerca de 12 mil suicídios por ano, ou 32 a cada dia, de acordo com levantamentos mais recentes divulgados pelo Ministério da Saúde. O número vem crescendo, segundo diversas pesquisas, especialmente em certos grupos mais vulneráveis.

O CVV (Centro de Valorização da Vida) sugere que, entre o desejo de acabar com a dor e a vontade de viver, existe a possibilidade de buscar ajuda e desenvolver condições internas de lidar com o sofrimento. É por isso que falar sobre as nossas emoções é fundamental.

Estima-se que 90% dos suicídios podem ser prevenidos. Por isso, é importante perder o medo e oferecer ajuda. Muitas vezes, ter com quem falar, colocar o sofrimento para fora e poder contar com um “ombro amigo” fazem toda a diferença.

O Centro de Valorização da Vida oferece apoio emocional a todas as pessoas que precisam conversar, sob total sigilo, pelo telefone 188 (ligação gratuita), ou por email, chat ou Voip, todos os dias, 24 horas. Você também pode buscar auxílio profissional dos CAPS (Centros de Apoio Psicossocial - SUS) e nas Unidades Básicas de Saúde (Saúde da Família, Postos e Centros de Saúde).

 

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