Meninos da geração Z sentem mais conforto para contar sexualidade para os pais

Uma pesquisa publicada pela American Psychological Association mostrou que os garotos da geração Z, ou seja, nascidos entre 1998 e 2010, que fazem parte do grupo LGBTQIA+, têm assumido a sexualidade para os pais com mais frequência.

David A. Moskowitz, autor principal do estudo, relatou que a notícia é encorajadora “porque mostra que muitos adolescentes, incluindo aqueles com menos de 18 anos, se sentem confortáveis ​​com sua sexualidade. Ao mesmo tempo, devemos ser cautelosos, pois os dados também apontam para algumas das mesmas barreiras e discriminações que as gerações anteriores enfrentaram. O trabalho ainda precisa ser feito”.

A pesquisa foi feita observando os dados de 1.194 meninos de 13 a 18 anos, todos identificados como gays, bissexuais ou atraídos por pessoas independentemente do gênero. As informações foram coletadas como parte de um estudo de prevenção do HIV entre janeiro de 2018 e janeiro de 2020.

Os participantes responderam a perguntas sobre questões demográficas, como raça e idade, e questões sociais, como escolha religiosa e frequência com que compareciam a eventos religiosos. Eles também foram solicitados a classificar, em uma escala de 1 a 4, sendo 1 concordo totalmente e 4 discordo totalmente, uma série de afirmações para avaliar suas atitudes sobre suas próprias identidades sexuais. Essas afirmações incluíam: "Às vezes acho que, se eu fosse hétero, seria mais feliz" e "Se houvesse um comprimido para me tornar hétero, eu tomaria". Eles também responderam a uma série de perguntas, como: "Quantas vezes alguém perseguiu você por causa da sua sexualidade?"

Os jovens assumem mais a sexualidade hoje do que antigamente

Os pesquisadores descobriram que 66% dos entrevistados eram assumidos para suas mães ou outras figuras parentais femininas e 49%, para seus pais ou outras figuras parentais masculinas. Na década de 1990, em contraste, cerca de 40% dos meninos adolescentes contavam a sexualidade para as mães e menos de 30% contavam para os pais, de acordo com os pesquisadores.

O estudo também descobriu que os participantes brancos eram mais propensos do que os participantes negros a se assumirem para os pais ou equivalentes. Aqueles que se identificam como gays eram mais propensos a falar com os pais do que os bissexuais ou aqueles que não têm certeza de sua sexualidade. Os participantes que disseram não ser religiosos eram mais propensos a dizer que eram francos para os pais do que os adolescentes que se identificaram como religiosos. Adolescentes que não aceitavam totalmente sua identidade eram menos propensos a se assumir do que aqueles que abraçavam sua identidade.

"Isso nos dá uma compreensão dos fatores que levam os adolescentes a compartilhar esse tipo de informação com as pessoas mais próximas a eles", disse Moskowitz. "Agora podemos comparar essas práticas com a forma como outras gerações lidam com essas questões e pensar sobre o que tudo isso significa para as gerações futuras."

Mais estudos são necessários para entender completamente como essa geração vê a sexualidade, de acordo com os pesquisadores.

"Um próximo passo importante seria determinar as práticas de assumir a sexualidade das mulheres nessa faixa etária", disse Moskowitz. "Este estudo fornece um roteiro para tal esforço. Enquanto isso, essas descobertas devem ser úteis para aqueles que trabalham com adolescentes identificados como minorias sexuais."

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