Menos de um terço dos jovens fala sobre saúde sexual em consultas

Pesquisa realizada nos EUA sugere que profissionais de saúde deixam de promover a educação sexual entre adolescentes

Redação Publicado em 21/07/2021, às 18h00

Tanto os pais como os jovens acreditam que a educação sexual deve começar na adolescência - iStock

As visitas rotineiras – e preventivas – de adolescentes ao médico são oportunidades importantes para promover a saúde sexual, prevenir gravidez indesejada e infecções sexualmente transmissíveis (IST). Porém, segundo um novo estudo da Universidade de Minnesota (Estados Unidos), não é exatamente assim que acontece. 

A pesquisa, publicada no periódico Pediatrics, descobriu que a maioria dos jovens e seus respectivos pais consideram essenciais as discussões com profissionais de saúde sobre puberdade, IST, HIV (vírus da imunodeficiência humana) e controle de natalidade. Entretanto, menos de um terço desses adolescentes relatou ter tido conversas sobre tais temas em sua mais recente consulta médica. 

De acordo com os pesquisadores, os achados sugerem lacunas entre pais e adolescentes que percebem a importância de discutir assuntos relacionados à saúde sexual nas consultas preventivas, mas que não recebem isso na prática. 

Confira:

Menos de um terço dos adolescentes

Com base em dados de uma pesquisa nacional representativa de adolescentes estadunidenses de 11 a 17 anos e seus respectivos pais, as principais descobertas do estudo foram: 

  1. 14% dos adolescentes mais jovens – de 11 a 14 anos – e 38,7% dos mais velhos – de 15 a 17 anos – relataram que os profissionais de saúde perguntaram sobre sua atividade sexual
  2. Em relação aos potenciais temas de saúde sexual e reprodutiva, as discussões envolvendo puberdade foram mais comuns; 
  3. Menos de um terço dos adolescentes da pesquisa relatou falar com um profissional de saúde sobre qualquer outro tema de saúde sexual e reprodutiva;
  4. As conversas “confidenciais” entre profissionais de saúde e adolescentes eram pouco frequentes, sendo que apenas 20% dos mais jovens e 44% dos mais velhos relataram que tiveram tempo sozinhos com o médico em sua consulta mais recente.

Perda de oportunidade

Para os pesquisadores, o estudo mostra que os profissionais de saúde – principalmente da atenção primária – perdem com frequência a oportunidade de ter conversas sobre saúde sexual e reprodutiva, particularmente com os adolescentes mais jovens. 

Ainda segundo a equipe, os achados diminuem a noção de que os pais possam se opor à iniciativa dos profissionais de saúde de ter discussões sobre esse assunto com os adolescentes. Tanto os pais como os jovens querem que o debate de uma série de temas de saúde sexual e reprodutiva comece no início da adolescência. 

Entretanto, os resultados mostram também que conversas sobre saúde sexual e outros temas sensíveis são mais prováveis de acontecer quando o adolescente está sozinho com seu médico, prática pouco frequente entre os jovens do estudo. 

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