Ministério da Saúde: bariátrica é procedimento essencial na pandemia

Segundo anúncio do Ministério, a intervenção cirúrgica deve tornar-se prioridade na saúde pública

Redação Publicado em 08/07/2021, às 15h30

A obesidade é uma doença crônica e aumenta as chances de desenvolver as formas mais graves da Covid-19 - iStock

Nesta quarta-feira (07), durante a apresentação das Diretrizes da Atenção Especializada no Contexto da Pandemia de COVID-19, o Ministério da Saúde anunciou que a cirurgia bariátrica deve ser classificada como um dos procedimentos eletivos essenciais em um contexto de pandemia, visto que muitos pacientes com obesidade grave e doenças relacionadas estão morrendo ou perdendo a qualidade de vida enquanto esperam pela operação. 

De acordo com o Ministério, a intervenção cirúrgica deve tornar-se prioridade na saúde pública e ser complementada com a retomada dos procedimentos em até 12 semanas. Vale lembrar que as cirurgias bariátricas foram restringidas em todo o Brasil por conta da pandemia, registrando uma queda de 69,9% no número de operações realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2020.  

O atraso das cirurgias traz prejuízos

Para a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), o procedimento não deve ser visto como uma intervenção com fins estéticos, mas como um tratamento capaz de proporcionar (ou devolver) a qualidade de vida de milhares de pessoas que convivem com a obesidade.  

Assim, a cirurgia bariátrica passa a fazer parte da lista de procedimentos essenciais para a saúde da população brasileira. Com isso, a tendência é reduzir as possibilidades de internação, retinopatias, cardiopatias, amputações, entre outras consequências relacionadas a doenças crônicas causadas pelo excesso de peso. 

A intervenção foi considerada prioritária, já que o atraso no tratamento da obesidade pode, além de provocar um crescimento da mortalidade, resultar também em custos maiores e em uma sobrecarga, em médio prazo, do sistema de saúde. 

Segundo o Ministério da Saúde, as evidências mostram que a chance de ser contaminado pela Covid-19 durante o período de internação para a realização de um procedimento eletivo é baixa. Assim, as cirurgias bariátricas podem ser seguras quando os hospitais são capazes de atender pacientes com os recursos necessários para manter áreas e equipes dedicadas às pessoas sem diagnóstico do coronavírus. 

Confira:

Obesidade é coisa séria

A obesidade é uma doença crônica e que gera inflamação do organismo, agravando e potencializando as chances de desenvolver as formas mais graves da Covid-19. Segundo a SBCBM, é comprovado o alto risco que pacientes com obesidade estão submetidos no contexto enfrentado pelo país atualmente. 

Por causa da pandemia, o número de cirurgias bariátricas realizadas pelo SUS caiu de 12.568 em 2019 para 3.772 em 2020. Já em 2021, até o mês de maio, foram realizadas somente 484 cirurgias.

Já por meio dos planos de saúde foram feitas 52.699 cirurgias em 2019; os números de 2020 ainda não foram divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Critérios para realizar a cirurgia

No Brasil, a cirurgia bariátrica pode ser indicada quando pacientes atendem a critérios de peso, idade e/ou doenças associadas. 

Estão aptos os pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40 kg/m², independentemente da presença de comorbidades; IMC entre 35 e 40 kg/m² na presença de comorbidades; e IMC entre 30 e 35 kg/m² na presença de comorbidades que tenham obrigatoriamente a classificação "grave" por um médico especialista na respectiva área da doença. 

A idade também é fator a ser analisado. Pacientes entre 18 e 65 anos não têm restrição. Acima de 65 anos, o paciente deverá passar por uma avaliação individualizada. 

Em pacientes com menos de 16 anos, o Consenso Bariátrico recomenda que a operação deve ser consentida pela família ou responsáveis legais, que devem acompanhar o paciente no período de recuperação.

Veja também:

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