Mpox ou "varíola dos macacos": o que você deve saber

OMS decretou emergência de saúde pública nesta quarta-feira, após reunião

Tatiana Pronin Publicado em 14/08/2024, às 18h00

O sintoma mais característico da doença são lesões na pele - iStock

A varíola M, conhecida como mpox e antes chamada de "varíola dos macacos", passou a ser considerada uma emergência de saúde pública de preocupação internacional. 

A decisão foi tomada nesta quarta-feira (14)  pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), após uma reunião do Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional realizada em Genebra.

Os especialistas realizaram o encontro devido ao aumento de uma nova cepa na África, que se espalhou pela República Democrática do Congo, onde o vírus, antes chamado de "varíola dos macacos", foi descoberto pela primeira vez em humanos em 1970 antes de se espalhar para outros países.

A agência confirma que mais de 14 mil casos e 524 mortes foram relatados até agora em território congolês, o que supera o total do ano passado.

A OMS destaca ainda o surgimento em 2024 e a rápida disseminação da variante do vírus designada clado 1b na República Democrática do Congo, que “pode ter se espalhando principalmente por meio de redes sexuais”.

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, foram notificados 709 casos este ano, resultando em 16 mortes. Destas, 5 ocorreram no Rio de Janeiro, 4 em Minas Gerais, 3 em São Paulo, e 1 em Mato Grosso, Maranhão, Santa Catarina e Pará, respectivamente.

O que é a varíola dos macacos?

A mpox é uma infecção viral que apresenta traços semelhantes à varíola humana.

As principais formas de transmissão da doença são o contato próximo com pessoas ou animais doentes, ou seja, de forma direta (com fluidos corporais) ou indireta (com pertences do doente). 

O sintoma mais característico são lesões de pele. Inicialmente surgem pequenas bolhinhas que, com rapidez, aumentam e se transformam em bolhas com pus. Ao romperem, provocam a formação de crostas e de pequenas feridas. 

Outros sinais que também podem aparecer são: mal-estar, ínguas (gânglios aumentados), dor no corpo, febre e dor de cabeça.

Segundo os especialistas, após o contato, os sintomas podem demorar de seis a 21 dias para aparecerem e raramente ocorrem complicações. Entretanto, infecções bacterianas secundárias e o acometimento cerebral (encefalite) devem ser observados. 

Diagnóstico da doença

Um profissional pode suspeitar da doença e fazer um diagnóstico a partir de histórico de viagem para locais onde a doença tem maior ocorrência ou por contato com animais e pessoas enfermas.

O diagnóstico da mpox é realizado de forma laboratorial, por teste molecular ou sequenciamento genético.

Se você achar que tem sintomas compatíveis de mpox, procure uma unidade de saúde para avaliação e informe se você teve contato próximo com alguém com suspeita ou confirmação da doença. Se possível, isole-se e evite contato próximo com outras pessoas. Higienize as mãos regularmente e siga as orientações para proteger outras pessoas da infecção.

Atualmente, o tratamento dos casos de mpox é feito com medidas de suporte clínico com o objetivo de aliviar sintomas; prevenir e tratar complicações e evitar sequelas. 

Segundo a OMS, meio milhão de doses de vacina contra a doença estão em estoque, e outras 2,4 milhões podem ser produzidas até o fim do ano. 

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