Mulheres otimistas têm risco mais baixo de morrer por várias doenças

Segundo pesquisa de Harvard, quem vê o copo mais cheio vive mais, e hábitos mais saudáveis explicam só em parte a tendência

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h43 - Atualizado às 23h54

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Ter uma visão otimista sobre a vida ajuda as mulheres a viver mais. É o que mostra um estudo feito pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Quem vê o copo mais cheio do que vazio tem um risco significativamente menor de morrer por diversas causas – como câncer, doenças cardíacas e infecção – em comparação com as mais pessimistas.

Os resultados foram publicados no American Journal of Epidemiology. Foram analisados dados de 70 mil enfermeiras ao longo de 8 anos – de 2004 a 20012. Além das características psicológicas, foram levados em conta fatores como etnia, pressão arterial, dieta e atividade física.

O curioso é que, segundo os pesquisadores, a tese de que o otimismo faz as pessoas adotarem hábitos mais saudáveis explica só em parte a associação com o risco mais baixo de morte por doenças. Eles acreditam, portanto, que o fator psicológico tem impacto direto nos sistemas biológicos.

As mulheres mais otimistas tiveram um risco 30% menor de morrer por qualquer doença em comparação com as menos otimistas. Em relação ao câncer, a probabilidade foi 16% menor; por doença cardíaca, 38% menor; por acidente vascular cerebral, 39%; por doenças respiratórias, 38%; e por infecção, o risco foi 52% menor.

Para os autores, a maioria dos estudos em saúde pública se concentra na redução de fatores de risco para doenças, como tabagismo, hipertensão e sedentarismo. No entanto, os resultados mostram que estratégias para reforçar a resiliência psicológica das pessoas também poderia ter um efeito expressivo nas taxas de mortalidade.

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