Equipe liderada por cientista do Rio de Janeiro indica que as mulheres têm mais células no bulbo olfativo
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h21 - Atualizado às 23h57
Um estudo feito por brasileiros confirmou o que muita gente já desconfiava: as mulheres têm o olfato mais apurado que os homens. E a explicação para essa diferença estaria no cérebro.
O cientista Roberto Lent, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e sua equipe usaram uma máquina conhecida como fracionador isotrópico, também desenvolvida por brasileiros, que mede com rapidez e confiabilidade o número de células de estruturas cerebrais específicas, como o bulbo olfativo, primeira região a receber as informações coletadas pelo nariz.
Os pesquisadores analisaram o cérebro de 11 mulheres e 9 homens que haviam morrido por volta dos 55 anos de idade. Todos eram neurologicamente saudáveis e não trabalhavam com nada que envolvesse o desenvolvimento do olfato.
Depois de calcular o número de células do bulbo olfativo dos cérebros, o grupo descobriu que as mulheres tinham um número 43% maior. E, ao contarem os neurônios da região, o número foi 50% maior para as mulheres, o que reforça a tese de que elas teriam uma sensibilidade maior para sentir cheiros, algo que deve ter sido muito útil, ao longo dos séculos, para evitar que as crianças comessem comida estragada.
O trabalho também envolveu gente da Universidade de São Paulo, do Hospital Israelita Albert Einstein e das Universidades da Califórnia e de São Francisco, nos Estados Unidos. Os resultados foram publicados na revista PLOS ONE.