Redação Publicado em 28/03/2023, às 15h00
Você já deve ter ouvido alguém dizer que usar certas drogas pode ser útil para relaxar, abrir "as portas da imaginação" e deixar a criatividade fluir. Isso até explicaria o fato de muitos artistas terem histórico de abuso de substâncias. Pois saiba que tudo isso é balela.
Uma meta-análise, ou seja, um estudo que faz um levantamento de pesquisas já publicadas sobre determinado tema, conclui que o uso de narcóticos é a forma menos eficaz que existe para inspirar a imaginação.
Apelar para o álcool ou para as anfetaminas, como as utilizadas por quem sofre de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), tampouco ajuda, segundo o trabalho.
Para os pesquisadores das Universidade de Essex, no Reino Unido, e Humboldt, na Alemanha, a notícia pode deixar alguns artistas surpresos ou até desconfiados. Mas eles chegaram às conclusões após analisar centenas de estudos diferentes, que envolveram milhares de pessoas e 12 diferentes maneiras supostamente eficazes para melhorar a criatividade.
Os resultados, eles garantem, não sustentam a ideia de que o uso de substâncias traz alguma vantagem para quem trabalha com criação. “Acreditamos que é uma mensagem positiva que as drogas não aumentam a criatividade, dados os efeitos colaterais das drogas”, declarou Paul Hanel, do departamento de psicologia da Universidade de Essex.
O que funciona melhor para esse objetivo, segundo a análise, são técnicas de meditação (como a de atenção plena), treinamentos complexos (que estimulam o pensamento e o raciocínio) – eles favorecem a imaginação até no curto prazo, de acordo com os pesquisadores.
Outro caminho para estimular a criatividade, segundo eles, é estudar fora, viajar para diferentes países, ou conhecer e vivenciar diferentes culturas, o que ajudaria a expandir os horizontes.
Mas a equipe avisa que não existe uma abordagem única que funcione para todo mundo – algumas pessoas respondem melhor a certas técnicas ou situações.
Os resultados foram publicados na revista Psychology of Aesthetics, Creativity, and the Arts, e divulgados pela American Psychological Association.
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