Nos dias de hoje, as mulheres demostram juventude com uma aparência física que corresponde há vários anos mais jovem do que realmente elas são cronologicamente. Elas realmente parecem ter encontrado o elixir da juventude! Isso se deve a uma série de fatores conquistados nas últimas décadas, como a melhora das condições sanitárias, vacinas, antibióticos, alimentação mais balanceada, atividade física e o acesso a tratamentos estéticos cada vez mais sofisticados e eficazes.
Tudo isso interfere na aparência física e acaba dando um aspecto de juventude muito mais duradouro do que a gente conseguia manter algumas décadas atrás. Neste mesmo contexto, a longevidade tem sido muito maior. Muitos conseguem viver com saúde, disposição e capacidade mental, enfim, com qualidade de vida além dos 70 ou 80 anos, muitas vezes.
Isso acaba também levando a uma série de outras questões, especialmente sobre a formação da família. A maioria das mulheres acaba deixando, nos dias atuais, para engravidar um pouco mais tarde na vida, muitas vezes após os 40 anos.
O grande ponto em questão é que após esta idade, ou seja, depois dos 35 ou 40 anos, o potencial reprodutivo da mulher não é mais o mesmo. A qualidade e a quantidade dos óvulos decaem muito rapidamente após os 35 anos, e mais ainda após os 40, levando a uma série de dificuldades para que a mulher consiga alcançar a gravidez com a mesma velocidade e tranquilidade com que chegaria uns dez anos antes.
Também há um aumento do risco de síndromes genéticas e de abortos, risco este que vai aumentando progressivamente com o passar dos anos, mas que chega a um ponto importante e de alerta quando a mulher atinge a faixa dos 40 anos. Por todos esses motivos, torna-se muito frustrante que, no momento em que a mulher atinge a sua estabilidade financeira, profissional e afetiva, não consegue engravidar com a facilidade que imaginou.
O próprio processo de formação, seja profissional, educacional ou mesmo o de estar em um relacionamento estável, faz com que todas essas questões só sejam conquistadas com o passar dos anos, e mais tardiamente na vida da mulher. Raramente todo esse cenário de estabilidade acontece antes dos 35 anos de idade, justamente no momento em que os resultados e as chances de gravidez natural começam a cair mais profundamente.
Então nós nos deparamos com um verdadeiro paradoxo, uma verdadeira dicotomia na vida dessas mulheres, que precisam muitas vezes optar entre a carreira profissional e a constituição de uma família. Essa é uma decisão muito difícil que acaba trazendo uma série de problemas, muitos, inclusive, de ordem emocional. Não é uma decisão que pode ser tomada sem muita reflexão.
Sobre esse incômodo, a ciência e a medicina conseguiram trazer para os dias atuais uma alternativa bastante importante para as mulheres que não querem ou não podem engravidar antes dos 35 anos. Temos disponível a opção de preservar a fertilidade dessas mulheres para que possam viver e alcançar estas conquistas sem se preocuparem com a perda da capacidade reprodutiva.
Seus óvulos podem ser congelados e armazenados por vários anos, talvez décadas, até que a mulher esteja pronta para engravidar e constituir família sem ter que escolher entre a carreira profissional e o seu desejo de ser mãe. Ela pode ter as duas coisas.
Fica então o meu conselho para as mulheres jovens que já passaram dos 30 ou estão chegando perto dos 40 anos: caso não possam ou não pretendam engravidar agora, conversem com seu ginecologista. Pode ser interessante que você preserve a sua fertilidade fazendo o congelamento de óvulos.
*Fernando Prado é médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres - Reino Unido. Graduado pela Universidade Federal de São Paulo, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE); Diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Instagram: @neovita.br
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Fernando Prado*
Médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres - Reino Unido. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, é membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE). Instagram: @neovita.br
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