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Nova terapia pode aumentar sobrevida de homens com câncer de próstata

Como em qualquer outro tipo de câncer, o diagnóstico precoce é essencial para o sucesso do tratamento - iStock
Como em qualquer outro tipo de câncer, o diagnóstico precoce é essencial para o sucesso do tratamento - iStock

Redação Publicado em 26/05/2022, às 16h00

Uma nova pesquisa publicada na revista The Lancet revelou que a combinação de terapia de privação de andrógeno – uma injeção hormonal – com a radioterapia manteve as chances de sobrevida dos pacientes por cinco anos em quase 90% dos casos. Os resultados também revelaram que aqueles diagnosticados com a condição e que não receberam nenhum dos dois tratamentos apresentaram 70% de chance de sobrevida no mesmo período. 

O estudo foi baseado em um ensaio clínico internacional que contou com 1.716 pacientes entre 2008 e 2015. Os participantes foram separados em três grupos:

  • Grupo 1: recebeu a chamada radioterapia de salvamento, uma radiação padrão direcionada à área em que a próstata costumava existir antes de sua remoção cirúrgica. Esses pacientes tiveram 71% de chance de sobrevida em cinco anos;
  • Grupo 2: recebeu o tratamento padrão de radiação em combinação com a terapia de privação de andrógeno. Eles tiveram chances de 81% de sobrevida em cinco anos;
  • Grupo 3: recebeu radioterapia de salvamento, terapia de privação de andrógeno e radiação do linfonodo pélvico. Esses pacientes tiveram chances de 87% de sobrevida em cinco anos.

Fatores de risco para o câncer de próstata

O câncer de próstata é o segundo tumor maligno mais comum entre os homens, com 29% dos diagnósticos da doença no país e perdendo somente para o câncer de pele não melanoma. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam para 65.840 novos casos de câncer de próstata a cada ano, entre 2020 e 2022.

Não se sabe exatamente o que causa o câncer de próstata, embora vários fatores possam aumentar o risco de desenvolver a doença, como:

  • Idade: o risco aumenta conforme a idade avança e a maioria dos casos é diagnosticada em homens com mais de 50 anos;
  • Grupo étnico: o câncer de próstata é mais comum em homens negros do que em homens asiáticos;
  • Histórico familiar: ter um irmão ou pai que desenvolveu câncer de próstata antes dos 60 anos parece aumentar o risco de desenvolvê-lo;
  • Obesidade: pesquisas recentes sugerem que pode haver uma ligação entre obesidade e câncer de próstata; uma dieta balanceada e exercícios regulares podem reduzir o risco de desenvolver a doença;
  • Alimentação com excesso de gordura animal;
  • Exposição a alguns tipos de produtos químicos, como as aminas aromáticas (comuns na indústria química, mecânica e de transformação de alumínio) e o arsênio (usado como conservante de madeira e agrotóxico).

Confira:

7 sinais de alerta

O câncer de próstata raramente provoca sintomas no estágio inicial – mais um motivo para os homens realizarem os exames preventivos e terem um diagnóstico precoce.

Em geral, eles começam aparecer quando a doença cresce o suficiente para pressionar o tubo que transporta a urina da bexiga para fora do pênis (uretra). No entanto, existem alguns sinais de alerta que podem ajudar na detecção do câncer de próstata. São eles:

  1. Necessidade de fazer xixi com mais frequência, muitas vezes durante a noite;
  2. Não conseguir segurar o xixi e precisar correr para o banheiro;
  3. Dificuldade em começar a fazer xixi;
  4. Esforço ou demora para fazer xixi;
  5. Fluxo fraco de urina;
  6. Sensação de que a bexiga não esvaziou totalmente;
  7. Sangue na urina ou no sêmen.

É importante lembrar que apresentar esses sintomas nem sempre significa que o homem tem câncer de próstata. Em alguns casos, por exemplo, a próstata pode aumentar à medida que a pessoa envelhece, correspondendo apenas a uma condição não cancerosa chamada aumento prostático benigno.

Além disso, existem alguns sinais de que o câncer pode ter se espalhado, incluindo dores nos ossos e nas costas, perda de apetite, dor nos testículos e perda de peso não intencional.

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