Você já deve ter ouvido falar que homens e mulheres encaram ciúme e traição de maneiras diferentes. Enquanto eles tendem a se incomodar mais com o
Jairo Bouer Publicado em 06/08/2020, às 21h02 - Atualizado às 21h06
Você já deve ter ouvido falar que homens e mulheres encaram ciúme e traição de maneiras diferentes. Enquanto eles tendem a se incomodar mais com o envolvimento sexual da parceira com outro, elas sofrem mais quando percebem que o parceiro está ligado emocionalmente a outra mulher. Mas um estudo sugere que, apesar dessas diferenças, as chances de perdão são as mesmas para ambos, e isso não tem ligação nenhuma com o tipo de infidelidade cometida.
Pesquisadores da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia analisaram diversos trabalhos publicados sobre o tema, e depois submeteram 92 casais heterossexuais a uma série de questões com base em cenários hipotéticos. É um estudo pequeno, que não pode ser considerado definitivo, mas os resultados são interessantes.
A análise dos resultados, publicada no Journal of Relationships Research, confirma a ideia bastante difundida sobre as preocupações diferentes que homens e mulheres têm em relação à infidelidade. Mas eles ficaram surpresos ao descobrir que os mecanismos que os levam a perdoar, ou não, o parceiro ou a parceira são basicamente os mesmos.
A tendência a terminar tudo, ou não, depende do quão ameaçadora para a relação essa infidelidade parece ser. Em outras palavras, as circunstâncias importam (quem era a outra pessoa, por exemplo), assim como questões individuais (como inseguranças, autoestima, experiências passadas etc). Mas a questão do sexo ou do envolvimento emocional não determinam o perdão.
O estudo também mostrou que a qualidade do relacionamento também não pesa tanto na decisão, segundo as entrevistas. Muita gente acredita que um namoro consistente, ou um casamento sólido de verdade não se deixa abalar por uma traição. Mas não foi isso que os autores verificaram.
A questão da culpa também foi variável. Na infidelidade emocional, isso interferiu nas chances de o traído querer terminar ou não. Mas quando há sexo na história, a percepção de homens e mulheres é a mesma: quem se envolve sexualmente sempre vai ser considerado culpado.
Saber se o parceiro é capaz de manter distância da “terceira pessoa” é outro fator que parece ser levado em conta na hora de cogitar uma segunda chance. Infelizmente, a maioria das pessoas, independente de sexo e tipo de infidelidade, acha improvável perdoar o parceiro que trai. Segundo os pesquisadores, que estudaram 160 culturas diferentes, essa é uma das principais razões por trás de rompimentos no mundo todo.