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Uso de maconha subiu quase 10% em 10 anos nos EUA

O uso de maconha saltou de 34% (2016) para 43% entre os jovens entrevistados - iStock
O uso de maconha saltou de 34% (2016) para 43% entre os jovens entrevistados - iStock

Redação Publicado em 01/09/2022, às 16h00

Um levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH) e pelo Instituto Nacional de Abuso de Substâncias (NIDA) revelou que, entre os adultos jovens na faixa dos 19 aos 30 anos, o uso de maconha e de substância psicodélicas alcançou o índice mais alto da história em 2021.

De acordo com os dados, no último ano, o consumo de maconha, substâncias alucinógenas, álcool e cigarros eletrônicos subiu após uma considerável estabilização durante a fase mais crítica da pandemia de Covid-19. Em contrapartida, o estudo revelou uma queda significativa no uso de cigarro convencional e de opioides. 

Além disso, as descobertas apontam para o forte impacto na pandemia na saúde mental desses adultos jovens, resultando no consumo maior de uma variedade de psicotrópicos, bem como no maior acesso à maconha. Houve também um uso crescente de substâncias psicodélicas para tratar condições como depressão, ansiedade e síndrome de estresse pós-traumático. Veja os dados mais significativos:

1. Maconha

  • Nos últimos 12 meses, 43% dos jovens entrevistados contaram que usaram maconha, índice que era de 34% em 2016 e de 29% em 2011;
  • Usar maconha diariamente, ou seja, 20 vezes ou mais nos últimos 30 dias, aconteceu com 11% dos entrevistados, contra 8% em 2016 e 6% em 2011;
  • Em pessoas mais velhas (30 a 50 anos) o consumo também aumentou.

Uma das explicações para o crescimento do uso da maconha pode estar na legalização da substância para uso recreacional na última década em 19 estados estadunidenses. 

2. Alucinógenos

  • O uso aumentou de 3% para 8%, no intervalo de 2011 para 2021;
  • Crescimento do consumo de LSD (ácido lisérgico), mescalina (do cacto peiote), cetamina, psilocibina (cogumelos) e PCP;
  • MDMA (ecstasy) foi a única substância desse grupo que teve uma queda em seu uso na década 2011-2021. 

Todo esse aumento coincide com a alta divulgação na mídia e nas redes sociais do uso terapêutico de psicodélicos para tratar uma série de condições psiquiátricas e comportamentais. Com esse tipo de uso mais difundido, mais pessoas estariam recorrendo também aos psicodélicos de forma social.

Confira:

3. Vaporização

  • O uso dos “vapers” (cigarros eletrônicos) saltou de 6% em 2017 para 16% em 2021;
  • Vaporizar maconha também atingiu recorde importante, aumentando de 6% em 2017 para 12% em 2021;

Vale lembrar que um grande número de preparações para cigarros eletrônicos de maconha tem índices mais elevados de THC (o princípio ativo que dá o “barato” da maconha). Inclusive, alguns atingem níveis de até 90%, o que aumenta muito o risco de dependência, intoxicações, quadros psicóticos e crises de ansiedade.

4. Álcool

  • Continua sendo a droga mais consumida entre os entrevistados;
  • O padrão conhecido como “binge drinking” (tomar mais de cinco doses em sequência) retornou a níveis de antes da pandemia, com 32% dos entrevistados reportando esse padrão de consumo;
  • O uso pesado (alta intensidade), definido como 10 doses em sequência, também aumentou de 11% em 2005 para 13% em 2021;
  • O uso diário de álcool e de uso nos últimos 30 dias seguem em discreta tendência de queda entre os adultos jovens na última década.

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