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Obesos são mais felizes em locais onde excesso de peso prevalece, diz estudo

Imagem Obesos são mais felizes em locais onde excesso de peso prevalece, diz estudo

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h14 - Atualizado às 23h57

Um estudo realizado nos EUA sugere que a chance de uma pessoa obesa ser feliz depende da quantidade de pessoas magras que estão ao redor dela. Ou seja: obesos que vivem em áreas onde muita gente apresenta a mesma característica tendem a ser mais satisfeitos com a própria vida.

Segundo os pesquisadores, da Universidade de Colorado-Boulder, em cidades americanas onde a obesidade prevalece, ser obeso tem pouco efeito negativo sobre o bem-estar. O que não ocorre em comunidades onde o peso normal prevalece.

Eles analisaram uma amostra de mais de 1,3 milhão de pessoas, que foram questionadas sobre sua satisfação com a vida. Em seguida, os pesquisadores avaliaram os resultados levando em consideração as taxas de obesidade dos municípios em que os participantes viviam.

A conclusão é que a obesidade, por si só, não faz uma pessoa se sentir mal. O que importa, na realidade, é como os outros reagem ao fato de alguém ser obeso. Isso ilustra o quanto é importante para o ser humano não se sentir diferente dos indivíduos que estão ao seu redor.

No estudo, homens obesos eram cerca de 79% mais propensos a dizer que estavam muito satisfeitos com suas vidas se mudassem de uma cidade com taxa de obesidade de 24% para uma com 46%. Já as mulheres obesas tinham 60% mais chances se sentir bem caso passassem pela mesma mudança.

Para os pesquisadores, a mulher tende a sofrer mais com a obesidade por causa da mídia, que de forma geral valoriza as magras.

Os resultados também trazem outra interpretação preocupante, na visão dos autores: quanto maiores as taxas de obesidade (e elas vêm aumentando em muitas cidades), maiores as chances de pessoas com excesso de peso deixarem de buscar tratamento.

O estudo, batizado de “A obesidade (às vezes) faz diferença: a importância do contexto na relação entre obesidade e satisfação com a vida”, será publicado na edição de junho do Journal of Health and Social Behaviour.