Levantamento nos EUA mostra que muitos pais fazem os filhos atenderem o celular enquanto dirigem; a distração no volante é uma das principais causas de acidentes de trânsito
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h17 - Atualizado às 23h57
Uma pesquisa feita nos Estados Unidos com mais de 400 motoristas adolescentes mostra que muitos pais fazem os filhos atenderem o celular enquanto dirigem, o que é um perigo. O resultado foi apresentado em uma convenção da Associação Americana de Psicologia. O trabalho contou com motoristas de 15 a 18 anos de todo o país para aferir por que esses jovens usam o celular no volante, apesar das constantes advertências sobre os riscos desse comportamento.
Muitos adolescentes disseram que os pais ficam bravos quando eles não atendem o celular. Além disso, comentaram que os pais também usam o telefone enquanto dirigem, assim como tudo mundo. Ou seja, os jovens não recebem o exemplo da família e, por isso, acham que a atitude é aceitável.
A distração no volante é uma das principais causas de acidentes de trânsito. Para os adolescentes, está por trás de de 11% dos acidentes fatais. Dessa parcela, 21% envolvem o uso de celular, de acordo com levantamento de 2013 da autoridade que administra o transporte rodoviário nos Estados Unidos.
Os pesquisadores ressaltam que é preciso sensibilizar os pais sobre esses riscos e mostrar que existem ferramentas, como aplicativos de celular, que respondem instantaneamente quando a pessoa está dirigindo e não pode atender.
Uma pesquisa do ano passado feita pela organização sem fins lucrativos Students Against Destructive Decisions (Estudantes Contra Decisões Destrutivas, em tradução livre) mostra que 86% dos americanos de 16 a 18 anos usam o celular enquanto dirigem, o que representa um aumento em relação a pesquisa semelhante feita em 2009, quando a proporção era de 69%.
Para os pais, portanto, fica o recado: não insistam para que seus filhos falem com vocês pelo celular enquanto estiverem no volante, nem façam o mesmo na frente deles. Estacionem o carro para atender a ligação e incentivem os jovens a fazer o mesmo. A gente sempre acha que tem o controle da situação, mas, no final das contas, nem sempre é assim.