Redação Publicado em 13/04/2021, às 20h40
Um estudo realizado pela Escola de Medicina da Universidade de Minnesota (Estados Unidos) revela uma correlação entre o isolamento social por causa da Covid-19 e seis comportamentos alimentares nocivos à saúde.
Para os pesquisadores, os dados indicam um aumento dos casos de transtornos alimentares, condições que, segundo a Associação Nacional de Anorexia Nervosa e Doenças Associadas (Anad), nos EUA, geram cerca de 10.200 mortes por ano naquele país - cerca de uma pessoa a cada 52 minutos.
Para conter a disseminação do novo coronavírus, foi necessária a implementação de diversas políticas públicas, como o isolamento social. Os autores acreditam que, embora seja uma medida extremamente necessária, a mudança de rotina associada a todas incertezas sobre a pandemia pode ter consequências negativas significativas para quem já possui risco de transtornos alimentares.
O estudo teve como objetivo compreender as potenciais associações entre estresse, sofrimento psíquico, dificuldades financeiras e mudanças de comportamentos alimentares durante a pandemia. Para isso, a equipe analisou dados qualitativos e quantitativos e as descobertas foram publicadas no International Journal of Eating Disorders.
Os resultados indicam o aumento de seis principais comportamentos alimentares durante esse período:
Aproximadamente 8% dos entrevistados relataram comportamentos extremos de controle de peso prejudiciais à saúde, 53% tiveram atitudes menos radicais em relação a esse controle e 14% contaram estar sofrendo com compulsão alimentar.
O estudo revelou ainda que os resultados foram significativamente associados a uma pior gestão do estresse, mais sintomas depressivos e dificuldades financeiras moderadas ou extremas provocadas pela pandemia.
De acordo com os pesquisadores, há um grande foco na relação entre obesidade e Covid-19. Entretanto, também é importante prestar atenção no grande número de pessoas que têm se descontrolado na alimentação e estão em risco de desenvolver algum tipo de distúrbio alimentar durante ou após a pandemia.
Além disso, os autores ressaltam que as consequências econômicas desse período provavelmente vão persistir por um bom tempo, mesmo após a chegada da vacina. Assim, com a consciência de que dificuldades financeiras podem estar ligadas a comportamentos alimentares insalubres, é importante contar com intervenções preventivas que sejam acessíveis para toda a população.
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