Redação Publicado em 16/06/2021, às 15h00
A pandemia aumentou a nossa dependência por interações digitais, e isso pode ter repercussões importantes em termos de segurança e privacidade, tanto para os usuários como para os prestadores de serviço. Ainda mais porque muita gente não toma os devidos cuidados na hora de fazer compras online, por exemplo.
Um estudo global feito pela IBM Security mostra que 40% dos brasileiros com menos de 35 anos de idade, além de 41% dos jovens millennnials (nascidos entre 1981 e 1996), preferem fazer um pedido usando aplicativo ou site potencialmente inseguro em vez de ligar ou visitar um local pessoalmente.
Outro resultado preocupante da pesquisa é que os brasileiros criaram, em média, 17 novas contas onlinte durante a pandemia. Dos entrevistados, 45% disseram que não planejam deletar ou desativar essas contas, o que resulta numa pegada digital maior e possível vulnerabilidade a cibercriminosos.
A pesquisa foi realizada com a participação de 22 mil pessoas em 22 mercados, e conduzida pela Morning Consult, a pedido da IBM Security. A companhia observa que menos cuidados de segurança por parte dos consumidores, somados à rápida transformação digital por parte das empresas, são fatores que podem aumentar o 'arsenal' disponível para ataques cibernéticos por meio das indústrias.
Os dados mostram que a preferência por conveniência superou a preocupação com a segurança. E o aumento na quantidade de contas digitais levou as pessoas a afrouxarem os cuidados com senhas: 82% dos respondentes admitiram que reutilizam credenciais pelo menos algumas vezes. Isso significa que muitas das novas contas criadas durante a pandemia se basearam na reutilização de combinação de email e senha, que já poderiam ter sido expostos por meio de brechas de dados durante a última década. Isso torna o “trabalho” de hackers bem mais fácil.
Este aumento avassalador de contas online e a senhas repetidas pode representar um alto custo para a segurança e privacidade de dados. Para as empresas, ter mais usuários digitais significa que também terão mais dados sensíveis dos consumidores para proteger – considerando que vazamentos de dados custam, em média, US$ 3,86 milhões às companhias que fizeram parte da pesquisa.
Os canais digitais tornaram-se um componente crucial na abordagem das demandas massivas para vacinas, testes e tratamento de Covid-19 durante a pandemia. Segundo os pesquisadores, isso pode estimular uma maior interação digital com os provedores de saúde no futuro ao reduzir a barreira de entrada para novos usuários.
A pesquisa mostrou que os consumidores se engajaram com serviços relacionados à pandemia por meio de algum canal digital (web, aplicativos móveis, e-mail e mensagens de texto). Enquanto os websites/web app foram os métodos mais comuns de engajamento digital, os aplicativos móveis também receberam um uso significativo, principalmente entre o público de 18 a 34 anos.
Deste modo, à medida em que os provedores de saúde se movem em direção à telemedicina, vai se tornar cada vez mais importante que protocolos de segurança sejam projetados para lidar com essa mudança.
A pesquisa da IBM Security chama atenção para que as organizações invistam em fortes controles de segurança, desde o monitoramento de dados para detectar atividades suspeitas até criptografar dados sensíveis onde quer que estejam. E também implementem políticas de privacidade corretas em sua infraestrutura local e em nuvem para ajudar manter a confiança do consumidor.
Já para os usuários, vale o lembrete de que é fundamental não relaxar nos cuidados de segurança e na escolha de senhas. O portal Internet Segura oferece várias recomendações, como as que você vê abaixo:
Alguns elementos que você não deve usar na elaboração de suas senhas são:
-Qualquer tipo de dado pessoal: evite nomes, sobrenomes, contas de usuário, números de documentos, placas de carros, números de telefones e datas (esses dados podem ser facilmente obtidos e usados por pessoas que queiram tentar se passar por você).
-Sequências de teclado: evite senhas associadas à proximidade entre os caracteres no teclado, como "1qaz2wsx" e "QwerTAsdfG", pois são bastante conhecidas e podem ser facilmente observadas ao serem digitadas.
-Palavras que façam parte de listas: evite palavras presentes em listas publicamente conhecidas, como nomes de músicas, times de futebol, personagens de filmes, dicionários de diferentes idiomas, etc. Existem programas que tentam descobrir senhas combinando e testando estas palavras e que, portanto, não devem ser usadas.
Alguns elementos que você deve usar na elaboração de suas senhas são:
-Números aleatórios: quanto mais ao acaso forem os números usados, melhor, principalmente em sistemas que aceitem exclusivamente caracteres numéricos.
-Grande quantidade de caracteres: quanto mais longa for a senha, mais difícil será descobri-la. Apesar de senhas longas parecerem, a princípio, difíceis de serem digitadas, com o uso frequente elas acabam sendo digitadas facilmente.
-Diferentes tipos de caracteres: quanto mais "bagunçada" for a senha, mais difícil será descobri-la. Procure misturar caracteres, como números, sinais de pontuação e letras maiúsculas e minúsculas. O uso de sinais de pontuação pode dificultar bastante que a senha seja descoberta, sem necessariamente torná-la difícil de ser lembrada.