Redação Publicado em 06/07/2022, às 14h00
Os partos na água proporcionam benefícios para mães saudáveis e para recém-nascidos, com menos intervenções e complicações durante e após o nascimento, em comparação ao parto padrão. Pelo menos é o que sugere uma nova pesquisa publicada na revista BJM Open.
Nascimentos deste tipo são caracterizados pelo uso de uma piscina ou banheira de parto para obter relaxamento e alívio da dor, seja saindo da água para o bebê nascer ou permanecendo ali trazendo o recém-nascido à superfície para começar a respirar.
Os pesquisadores tinham o objetivo de comparar a extensão das intervenções de saúde necessárias durante e após o parto entre as duras formas de nascimento (dentro ou fora da água). A ideia era ver se os resultados diferiam entre um parto na água e o padrão.
Para isso, eles utilizaram bancos de dados de pesquisa em busca de estudos relevantes publicados entre 2000 e 2021. Cerca de 36 estudos envolvendo mais de 157 mil mulheres atenderam aos critérios de elegibilidade e foram incluídos na revisão. A maioria foi realizada em unidades obstétricas.
Os estudos incluíram uma ampla gama de intervenções e desfechos, entre eles:
A análise de dados mostrou que um parto na água, independente de se as mulheres deram à luz dentro ou fora da banheira, tem benefícios claros para mãe e bebê. Foi observado ainda que esse tipo de nascimento era tão seguro quanto o cuidado padrão.
Confira:
Em comparação com o padrão, um nascimento na água reduziu significativamente o uso de peridurais, opioides injetados, episiotomia, bem como dor e sangramentos intensos após o parto. Além disso, apesar de não haver diferença na taxa de cesariana, aumentaram os níveis de satisfação das mães.
Segundo os pesquisadores, a imersão na água pode aumentar significativamente a probabilidade de um períneo intacto e reduzir a episiotomia, uma intervenção que não oferece nenhum benefício perineal ou fetal, podendo aumentar a dor pós-natal, a ansiedade e impactar negativamente na experiência de nascimento da mulher.
A equipe reconhece que as informações sobre ambientes de nascimento, práticas assistenciais, intervenções e desfechos variam consideravelmente e poucos dos partos analisados foram realizados fora de unidades obstétricas, o que pode afetar os achados.
Entretanto, eles concluem que o parto em imersão na água proporciona benefícios para a mãe e para o recém-nascido quando realizado no ambiente obstétrico, tornando essa uma intervenção de baixa tecnologia para melhorar a qualidade e a satisfação.
Os pesquisadores ressaltam ainda que a imersão na água durante o trabalho de parto e o parto alteram a prática clínica, resultando em uma necessidade menor de analgesia farmacológica e tornando-se um método eficaz para reduzir a dor sem aumentar o risco.
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