Esse conceito varia entre os países e entre as diversas instituições que trabalham com consumo de álcool
Jairo Bouer Publicado em 27/03/2021, às 11h00
Antes de explicar por que beber com moderação é a melhor escolha é importante a gente tentar definir o que é um consumo moderado. Esse conceito varia entre os países e entre as diversas instituições que trabalham com consumo de álcool.
De maneira geral, não existe um padrão de consumo que seja totalmente seguro para todas as pessoas. Tem gente tão sensível ao álcool que mesmo beber pequenas quantidades pode levar a alterações significativas de comportamento. Para elas, talvez não beber seja a melhor ideia. Mas para a maior parte da população adulta, o consumo moderado gira em torno de uma “dose padrão” de álcool por dia para mulheres e duas para homens.
No Brasil, não existe um conceito de dose padrão, mas uma porção padrão, para efeito de rotulagem nutricional aceita pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), é 10 gramas de álcool puro (que podem estar em uma latinha um copo de cerveja de 330 ml, num cálice de vinho de 100 ml ou, ainda, em uma dose de destilado de 30 ml). Assim, o homem que bebe, por exemplo, dois copos de cerveja por dia e a mulher que bebe uma dose de destilado estariam dentro de um padrão moderado.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda diz que para estar dentro de um padrão de consumo moderado, a ingestão de álcool não deve acontecer de forma diária e, sim, com pelo menos dois dias sem beber na semana. Também é central lembrar que algumas situações como ter menos de 18 anos, estar grávida, usar outros medicamentos com efeito no sistema nervoso central e conduzir um carro não admitem consumo moderado. Nesses casso, beber álcool não deve acontecer em nenhuma hipótese.
Só mais um dado para você não se confundir. Há uma outra classificação que explica que beber mais de 3 doses para mulheres e mais do que 4 para homens em uma única ocasião sinalizam um padrão abusivo de consumo (que em inglês se chama de binge drinking).
É importante falar de consumo abusivo porque esse é o jeito de beber que mais traz riscos para a saúde e para a sociedade. Quem bebe demais em um curto espaço de tempo pode ficar mais agressivo, mais violento, se cuidar menos, enxergar menos riscos e colocar outras pessoas, além de si mesmo, em diversas situações perigosas.
Moral da história: a ideia por trás do consumo moderado de álcool é a pessoa poder se divertir e confraternizar, sabendo administrar suas reações e seu comportamento. Quem bebe dessa forma não prejudica sua saúde e seu grupo social. Isso inclui conhecer seus limites, suas vulnerabilidades e saber modular o consumo dessa maneira.
Na contramão do consumo moderado, responsável e consciente está o uso indevido ou nocivo do álcool, que são os padrões que sinalizam uma relação inadequada do indivíduo com a bebida alcoólica. Nesse campo estão o binge drinking, o uso abusivo e a dependência. Eles podem provocar danos na saúde e na vida da pessoa e um impacto negativo na sociedade. São sinalizadores de que a pessoa precisa rever, com urgência, sua relação com álcool e pode estar precisando do suporte de redes de apoio e de ajuda especializada.
Como boa parte das atitudes e comportamentos que a gente adota na vida, a moderação é, via de regra, uma excelente alternativa. Pense em como anda sua relação com o álcool, certo?
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