De acordo com sociólogos, falta informação aos jovens que querem convencer os amigos a abandonar o tabagismo
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h15 - Atualizado às 23h57
Adolescentes tendem a ser mais bem-sucedidos quando querem convencer os amigos a começar a fumar do que quando tentam fazê-los parar. É o que mostra um estudo feito por sociólogos da Universidade Estadual do Arizona, nos EUA, e publicado no Journal of Health and Social Behavior.
De acordo com os pesquisadores, que avaliaram mais de 2.400 estudantes, o efeito viciante da nicotina é o que torna tão difícil para os jovens fazerem seus amigos largarem o fumo.
Mas também há outros fatores envolvidos, segundo eles. Se é fácil para um adolescente dizer onde o amigo pode comprar cigarro e fumar sem ser flagrado, é bem mais raro que ele saiba onde o colega pode encontrar ajuda para se livrar do vício.
Quem não fuma ou nunca fumou dificilmente tem acesso a programas de controle do tabagismo, muito menos tem informações sobre produtos de reposição de nicotina.
Em geral, os programas de prevenção ao tabagismo enfatizam a construção de resistência à pressão dos amigos. O que os autores sugerem, a partir dos resultados, é que essa influência dos pares também poderia ser usada para o bem, ou seja, para estimular comportamentos positivos.
Para eles, pode ser útil investir em programas nos quais adolescentes não fumantes, e bem informados, ajudassem os amigos que fumam a vencer a dependência. E a ideia pode dar certo não apenas no combate ao tabagismo, mas também a outros comportamentos, como uso de drogas e violência.