Pesquisadores explicam que mentir para si mesmo pode ser útil, mas não a longo prazo
Redação Publicado em 07/01/2022, às 16h29
Um grupo de pesquisadores da Ruhr University Bochum (Alemanha) e da University of Antwerp (Bélgica) analisou o papel que enganar a si mesmo desempenha na nossa vida cotidiana, bem como as estratégias que as pessoas usam para negar a realidade.
Publicada na revista Philosophical Psychology, o estudo revelou que existem quatro estratégias utilizadas para estabilizar e proteger a autoimagem positiva. De acordo com a teoria, enganar a si mesmas ajuda as pessoas a se manterem motivadas em situações difíceis em um curto período de tempo, mas pode ser prejudicial a longo prazo.
Segundo a equipe, todas as pessoas se enganam – e com muita frequência. Por exemplo, se um pai acredita que seu filho é um bom aluno e a criança traz notas ruins para casa, ele pode primeiro dizer que o assunto não é tão importante ou que o professor não explicou bem a matéria.
Essa estratégia é chamada de autoengano de reorganização das crenças. Antes dela, explicam os pesquisadores, ainda existem outras três formas de evitar que fatos desagradáveis cheguem até a pessoa.
Confira:
Segundo os pesquisadores, todas as quatros estratégias são tendências típicas do pensamento psicológico. O autoengano não é irracional e nem prejudica as pessoas a curto prazo, mas o mesmo não ocorre quando pensamos a médio e a longo prazo.
A equipe explica, ainda, que as pessoas não fazem isso por malícia. Enganar a si próprio é apenas um recurso cognitivo básico para preservar a visão estabelecida que a pessoa tem de si mesma e do mundo.
Em tempos normais, com poucas mudanças, a tendência de se ater a essas visões estabelecidas e crenças é útil. Entretanto, isso pode ser catastrófico em períodos desafiadores e novos, que requerem mudanças rápidas de comportamento, como a própria pandemia de Covid-19.
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