De acordo com estudo, o estímulo rítmico em busca do orgasmo pode produzir uma espécie de empurrão nos neurônios
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h43 - Atualizado às 23h54
Um neurocientista norte-americano decidiu investigar como a atividade sexual interfere nos ritmos cerebrais e concluiu que ela leva as pessoas a uma espécie de transe. Isso mesmo. Segundo Adam Safron, da Universidade de Northwestern, a estimulação rítmica em busca do orgasmo, quando intensa e prolongada, pode entrar em sincronia com o cérebro e se espalhar por ele. É por isso que as pessoas se desligam do mundo e até de si mesmas ao chegar ao clímax.
O neurocientista avaliou diversos estudos publicados ao longo de muitos anos e descobriu que os ritmos do sexo podem estimular os neurônios, mais ou menos como quando empurramos alguém no balanço, um processo conhecido como “arrastamento neural”. Ele explica que isso ocorre porque os neurônios são mais propensos a disparar quando estimulados várias vezes dentro de uma estreita janela de tempo.
Safron encontrou paralelos entre o orgasmo e as convulsões, bem como com a música e a dança. O que, de certa forma, explica por que sons e ritmos sempre fizeram parte dos rituais de acasalamento, de seres humanos a insetos.
Para o pesquisador, os resultados podem ser interpretados como uma dica para que as pessoas se concentrem mais nos aspectos rítmicos do sexo. E podem mudar a forma como as pessoas enxergam as relações sexuais – elas podem ser não apenas uma fonte de sensações prazerosas e conexão emocional, mas também um estado alterado de consciência.